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domingo, 31 de janeiro de 2010

Estudo aponta efeito cascata no aquecimento global

A mudança climática provocada pela ação humana vai liberar na atmosfera mais gases do efeito estufa, agravando ainda mais o aquecimento global, segundo um novo estudo.
Mas o efeito cascata do dióxido de carbono adicional – armazenado no solo, nas plantas e nos oceanos –, junto às emissões industriais desse gás, será menos grave do que sugeriam alguns estudos recentes, de acordo com os pesquisadores.

"Estamos confirmando que a retroalimentação existe e é positiva (em termos de volume). Essa é a má notícia", disse David Frank, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas WSL, principal autor do estudo publicado na edição de quinta-feira da revista Nature.

"Mas, se compararmos nossos resultados com algumas estimativas recentes, é uma boa notícia", acrescentou Frank, cidadão norte-americano, em declarações à Reuters.

Os dados, baseados em oscilações naturais das temperaturas entre os anos 1050 e 1800, indicam que uma elevação de 1 grau Celsius na temperatura aumenta a concentração atmosférica de dióxido de carbono em 7,7 partes por milhão.
Isso está bem abaixo das estimativas recentes de 40 partes por milhão, o que causaria efeitos climáticos ainda mais dramáticos – como secas, incêndios florestais, inundações e elevação do nível dos mares.
Retroalimentação - A concentração atmosférica de CO2 já passou de 280 partes por milhão antes da Revolução Industrial para 390 partes por milhão. O último grande relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, em 2007, incluía poucas avaliações sobre o ciclo de retroalimentação do carbono.
Frank disse que o novo estudo, feito por cientistas da Suíça e Alemanha, representa um avanço por quantificar a retroalimentação do carbono nos últimos mil anos, e vai ajudar a refinar os modelos informatizados para a previsão das temperaturas.

"Num clima mais quente, não devemos esperar surpresas agradáveis na forma de uma captura mais eficiente de carbono pelos oceanos e a terra", escreveu Hughes Goose, da Universidade Católica de Louvain (Bélgica), num comentário na Nature.

Os especialistas fizeram 220 mil comparações dos níveis de dióxido de carbono –aprisionado em minúsculas bolhas nas camadas anuais de gelo antártico – em relação às temperaturas inferidas a partir de fontes naturais, como os anéis das árvores ou os sedimentos lacustres acumulados ao longo dos anos entre 1050 e 1800.
(Fonte: G1)

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