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Ilha Tuvalu, que fica no Sul do Oceano Pacífico, com o aquecimento Global poderá sumir do Mapa.

Parques na Escócia – será o mesmo planeta?


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bioglobalização de pragas: espécies invasoras

As mudanças nos padrões de alimentação da sociedade moderna vêm contribuindo para a chamada “invasão biológica” ou seja, o surgimento de organismos em áreas onde não ocorriam. 

 As mudanças nos padrões de alimentação da sociedade moderna vêm contribuindo para a chamada “invasão biológica” ou seja, o surgimento de organismos em áreas onde não ocorriam. Define-se como invasão biológica ou organismos invasores quaisquer microrganismos (invertebrados), plantas e animais (vertebrados), introduzidos intencionalmente ou não, em novos habitats, causando danos econômicos, sociais e ambientais tanto nos diferentes ecossistemas como no setor sócio econômico de uma região. O termo “espécies invasoras exóticas” é, também, sinônimo de organismos invasores.

A entrada de um único organismo de efeito daninho em uma região pode causar um colapso econômico de efeito social devastador, em um país. Na história da humanidade, retrocedendo algumas décadas, apesar dos relatos de invasões biológicas serem esparsos, mostraram a seriedade do problema, seja na área humana, agrícola, florestal ou ambiental.

Na área da saúde humana, exemplos que não devem ser esquecidos, como a peste bubônica, causado pelo bacilo de Yersin, Pasturella pestis e transmitida por pulgas que vivem em ratos (Rattus rattus) se disseminou da região asiática para o norte da África, Europa e China, matando na Idade Média, um terço da população desses continentes; o vírus causador da varíola e do sarampo foi introduzido no hemisfério ocidental através de colonizadores europeus que praticamente dizimou os índios dos impérios asteca e inca. Além de outros como a tuberculose, a lepra, vírus da influenza, gonorréia, são alguns poucos exemplos a serem citados.

Na agricultura, a fome que assolou a Irlanda, em 1840, provocada pelo fungo, Phytophtora infestans, que ataca a batata. Além dos prejuízos causados aos agricultores da época, o maior agravante foi à perda de vidas humanas pela fome com estimativas de um milhão de pessoas. Outras (cerca de um milhão e meio) deixaram a Irlanda principalmente com destino à América do Norte, as quais também padeceram pela introdução do fungo naquela região. Outras espécies como as moscas das frutas, pulgões, cancro cítrico, foram, igualmente, responsáveis por grandes prejuízos em áreas agrícolas, citando alguns exemplos.

Entretanto, se em algumas centenas de anos atrás, as chamadas barreiras naturais formadas pelos oceanos, cordilheiras e florestas eram impedimentos da dispersão rápida desses organismos, no momento atual, o aumento da velocidade dos meios de transporte, do trânsito de bens de consumo e de pessoas vem facilitando, cada vez mais, o estabelecimento e domínio dos ecossistemas agrícolas, urbanos e naturais  por diversas outras espécies.

Recentemente, a entrada de Anoplophora glabripennis, vulgarmente conhecido como besouro chinês e de Tonicus piniperda (besouro dos brotos do pinheiro), nos Estados Unidos, ocasionaram perdas econômicas superiores a US$ 10 milhões. Os danos ambientais provocados pelo corte de árvores em praças públicas e áreas de produção florestal são incalculáveis. Outras pragas como o mal-da-vaca louca, a gripe asiática do frango, a febre aftosa, o besouro asiático, a doença do carvalho, a dispersão do cancro cítrico e da mosca-branca, além de causarem perdas e danos na agropecuária, também contribuem para a formação de barreiras sanitárias ao comércio.

Numa busca para solucionar esses problemas, as comunidades científicas de vários países estabeleceram, em 1997, o Programa Global para Espécies Invasoras (GISP). O GISP foi estabelecido para lidar com o problema das espécies invasoras e dar suporte à implantação do Artigo 8(h) da Convenção da Diversidade Biológica. Ele é operado por um consórcio entre o Comitê Científico em Problemas Ambientais (SCOPE), CAB Internacional (CABI), União Mundial de Conservação (IUCN), em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). Uma lista das cem piores espécies invasoras do mundo foi elaborada pela IUCN, como forma de alertar os países para a possível introdução de alguma dessas espécies.

 Planta terrestre
Spathodea campanulata
Acácia mearnsii
Schinus terebinthifolius
Imperata cylindrica
Pinus pinaster
Opuntia stricta
Myrica faya
Arundo donax
Ulex europaeus
Hiptage benghalensis
Polygonum cuspidatum
Hedychium gardnerianum
Clidemia hirta
Pueraria Montana
Lantana camara
Euphorbia esula
Leucaena leucocephala
Melaleuca quinquenervia
Prosopis glandulosa
Miconia calvescens
Mikania micrantha
Mimosa pigra
Ligustrum robustum
Cecropia peltata
Lythrum salicaria
Cinchona pubescens
Ardisia elliptica
Chrmolaena odorata
Psidium cattleianum
Tamarix ramosissima
Wedelia trilobata
Rubus ellipticus

Planta aquática
Caulerpa taxifolia
Spartina anglica
Undaria pinnatifida
Eichhornia crassipes

Mamíferos
Trichosurus vulpecula
Felis catus
Capra hircus
Sciurus carolinensis
Macaca fascicularis
Mus musculus
Myocastor coypus
Sus scrofa
Oryctolagus cuniculus
Cervus elaphus
Vulpes vulpes
Rattus rattus
Herpestes javanicus
Mustela erminea

Pássaro
Acridotheres tristis
Pycnonotus cafer
Sturnus vulgaris
    
Microrganismo
Plasmodium relictum
Banana bunch top virus
Cryphonectria parasítica
Aphanomyces astaci
Ophiostoma ulmi
Batrachochytrium dendrobatidis
Phytophthora cinnamomi
Rinderpest virus

Invertebrados aquáticos
Eriocheir sinensis
Mnemiopsis leidyi
Carcinus maenas
Potamocorbula amurensis
Mytillus galloprovincialis
Asterias amurensis
Cercopagis pengoi
Dreissena polymorpha

Invertebrado terrestre
Linepithema humile
Anoplophora glabripennis
Aedes albopictus
Pheidole megacephala
Anopheles quadrimaculatus
Vespula vugaris
Anoplolepis gracilipes
Cinara cupressi
Platydemus manokwari
Coptotermes formosanus
Achatina fulica
Pomacea canaliculata
Lymantria dispar
Trogoderma granarium
Wasmannia auropunctata
Solenopsis invicta
Euglandina rósea

Peixe
Salmo trutta
Cyprinus carpio
Micropterus salmoides
Oreochromis mossambicus
Lates niloticus
Oncorhynchus mykiss
Clarias batrachus
Gambusia affinis

Réptil
Boiga irregularis
Trachemys scripta

Anfíbio
Rana catesbeiana
Bufo marinus
Eleutherodactylus coqui

 

Fonte: 

Maria Regina Vilarinho de Oliveira Pesquisadora, Doutora e-mail: vilarinho@cenargen.embrapa.br Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

sábado, 23 de junho de 2012

Confira o que ficou decidido na Rio+20

Texto final foi muito criticado por "falta de ambição" em promover medidas para o desenvolvimento sustentável.

Presidente Dilma afirma que esse é só o começo

Confira o que ficou decidido na Rio+20 Brasil - O que estava sendo negociado
CBDR – sigla em inglês para Responsabilidades Comuns Mas Diferenciadas, princípio que norteia as negociações de desenvolvimento sustentável. O princípio oficializa que se espera dos países ricos maior empenho financeiro para implementação de ações, pelo fato de virem degradando o ambiente há mais tempo e de forma mais intensa.
Como ficou o texto final
Havia rumores de que os países ricos queriam tirar esse princípio do texto, mas ele permaneceu.

O que estava sendo negociado
Fortalecimento do Pnuma – cogitava-se transformar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em uma instituição com status de agência da ONU, como é a FAO (de Alimentação).
Como ficou o texto final
O texto prevê fortalecimento do Pnuma, mas não especifica exatamente como. O assunto deve ser resolvido na Assembleia Geral da ONU em setembro.

O que estava sendo negociado
Oceanos – Era uma das áreas em que se esperava mais avanço nas negociações, porque as águas internacionais carecem de regulamentação entre os países.
Como ficou o texto final
A negociação avançou e o texto adota um novo instrumento internacional sob a Convenção da ONU sobre os Direitos do Mar (Unclos), para uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto mar.

 O que estava sendo negociado
Meios de Implementação – questão-chave para os países com menos recursos, significa na prática o dinheiro para ações de desenvolvimento sustentável. Os países pobres propuseram a criação de um fundo de US$ 30 bilhões/ano a ser financiado pelos ricos.
Como ficou o texto final
Avançou pouco. O fundo de US$ 30 bilhões não virou realidade. “A crise influenciou a Rio+20”, admitiu o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago.

O que estava sendo negociado
ODS – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, metas a serem perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, eram uma das grandes cartadas para a Rio+20.
Como ficou o texto final
Os objetivos não foram definidos. Inicia-se apenas um processo para rascunhar quais devem ser as metas até 2013. Elas então devem ser definidas para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os Objetivos do Milênio.

Os 188 países participantes da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável adotaram oficialmente o documento intitulado "O futuro que queremos", nesta sexta-feira (22).

O propósito da Rio+20 era formular um plano para que a humanidade se desenvolvesse de modo a garantir vida digna a todas as pessoas, administrando os recursos naturais para que as gerações futuras não fossem prejudicadas.

Uma das expectativas era de que a reunião conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, mas isso não foi atingido. O documento apenas cita que eles devem ser criados para adoção a partir de 2015.

Em relação ao rascunho aprovado pelos diplomatas no início da semana, o documento adotado em definitivo pelos líderes, nesta sexta-feira (22), teve apenas mudanças de formatação, não de conteúdo. Foi mantido, inclusive, o trecho "com total participação da sociedade civil", que ONGs haviam pedido para ser retirado porque consideram que foram excluídas do processo de construção do documento.

O documento prevê, entre outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.

Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos.

Pobreza
O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento.

Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas.

Por atender restrições de países com visões muito diferentes, o texto da Rio+20 tem sido criticado por avançar pouco: não especifica quais são os objetivos de desenvolvimento sustentável que o mundo deve perseguir, nem quanto deve ser investido para alcançá-los, e muito menos quem coloca a mão no bolso para financiar ações de sustentabilidade. O que o documento propõe são planos para que esses objetivos sejam definidos num futuro próximo (veja abaixo um quadro com o que foi negociado).

Críticas
O texto da Rio+20 recebeu críticas das próprias delegações que participaram da conferência e de organizações não-governamentais. Os negociadores da União Europeia classificaram a redação de “pouco ambiciosa” e disseram que faltam “ações concretas” de implementação das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Por sua vez, antes mesmo da ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade civil assinaram uma carta endereçada aos governantes intitulada “A Rio+20 que não queremos”, na qual classificam o texto da conferência de “fraco”.

“O documento intitulado 'O futuro que queremos' é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”, afirma o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais.

A carta diz ainda que a Rio+20 passará para a história como uma conferência das Nações Unidas que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por “graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.”

O documento termina dizendo que a sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20. “Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento”, conclui a carta.

Fonte: G1