RELATOS, NOTÍCIAS, CRÍTICAS, PESQUISAS, RESULTADOS, COMENTÁRIOS, NA VISÃO AMBIENTAL

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Ilha Tuvalu, que fica no Sul do Oceano Pacífico, com o aquecimento Global poderá sumir do Mapa.

Parques na Escócia – será o mesmo planeta?


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Família brasileira encara desafio de reduzir impacto ambiental

Isadora, Giorgio, Rose e Angelo (foto: arquivo pessoal)

Isadora, Giorgio, Rose e Angelo vão relatar as mudanças em sua rotina

Entrando no clima da COP-15, a reunião sobre mudanças climáticas em Copenhague, que terá início semana que vem, uma família paulistana de classe média aceitou o desafio de tentar reduzir sua pegada ecológica, e vai dividir com os leitores da BBC Brasil os sucessos e fracassos dessa empreitada.

Durante uma semana, a jornalista Rose Silva, 43 anos, seu marido, o cientista político Giorgio Romano Schutte, 46, e os filhos, Isadora, 11, e Angelo, 8, vão relatar as pequenas mudanças que farão em sua rotina com o objetivo de reduzir seu impacto ambiental.

Tradução do termo inglês ecological footprint, a pegada ecológica é um indicador de sustentabilidade que mede o quanto de recursos naturais pessoas, famílias, empresas ou países consomem e o quanto de lixo produzem no período de um ano.

A experiência da família de Rose não pretende ser científica, já que não se mediu sua pegada ecológica em detalhes antes do início dos relatos e também não se pretende fazer uma medição formal ao fim de apenas uma semana.

Aqui o termo será usado no sentido de demonstrar mudanças simples de comportamento que podem tornar o dia-a-dia de uma família mais sustentável.

Depois de fazer um resumo de seus hábitos cotidianos, a família recebeu dicas de especialistas do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, entidade focada na mudança de comportamento do consumidor.

Rotina

Rose, o marido e os filhos vivem em uma casa de três quartos no bairro de Vila Mariana, em São Paulo, e têm rotina semelhante a de muitas famílias de classe média das grandes cidades brasileiras.

As crianças estudam perto de casa, e costumam ir a pé para a escola. Na volta, usam transporte escolar.

Rose também vai a pé para o trabalho. Giorgio, porém, é pesquisador do Ipea em Brasília, e passa a semana na capital federal. Lá, ele usa o transporte público.

O carro acaba saindo da garagem somente nos finais de semana, o que reduz bastante as emissões de gases causadores do efeito estufa. No entanto, as viagens semanais de avião feitas por Giorgio são fonte de emissões.

Segundo os especialistas do Instituto Akatu, usar cada vez menos o automóvel e mais o transporte público, bicicletas ou mesmo se deslocar a pé ajuda a reduzir as emissões. São necessárias nove árvores para absorver as emissões anuais de um carro pequeno a gasolina que roda 30 Km por dia.

Em casa, Rose tenta não deixar luzes acesas ou aparelhos eletrônicos, como TV ou computador, ligados quando não há alguém no ambiente. Segundo ela, porém, as crianças nem sempre têm esse cuidado.

A família também separa o lixo seco do orgânico e tenta evitar o desperdício de alimentos. A maior parte do lixo produzido no país é de restos de comida, e o lixo orgânico de apenas um brasileiro emite, ao final de um ano, um volume de gases de efeito estufa equivalente ao absorvido por três árvores.

De hoje a sexta-feira, os leitores da BBC Brasil poderão acompanhar como Rose e sua família vão tentar alterar alguns hábitos em busca de um estilo de vida mais sutentável. Ao final dessa jornada, um especialista do Instituto Akatu vai avaliar o sucesso do desafio.

Fonte:

BBC BRASIL

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pesquisas relacionam o aumento da temperatura média a casos de doenças

Entrevista com Ulisses Confalonieri, do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde da Ensp, que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).

Pesquisador Ulisses Confalonieri, do Ensp/Fiocruz


Por Informe Ensp, Agência Fiocruz de Notícias

O pesquisador Ulisses Confalonieri, do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde da Ensp, que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), fala das pesquisas que estão sendo realizadas

Há alguns anos, pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) se debruçam sobre o tema relacionando o aumento da temperatura média ao surgimento e ao aumento de casos de doenças, como leptospirose e dengue, e problemas de insegurança alimentar, resultantes de eventos meteorológicos extremos. A preocupação da Escola com o tema também se reflete na consolidação do programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente, na realização de centros de estudos e sessões científicas há vários anos. O pesquisador Ulisses Confalonieri, do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde da Ensp, que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), fala das pesquisas que estão sendo realizadas

Quais as consequências para a saúde que podemos esperar em relação às mudanças climáticas que estão em curso e o que podemos faz

Ulisses Confalonieri: As mudanças climáticas afetarão a saúde de várias formas: diretamente, com efeitos físicos de eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor, inundações; e indiretamente, com aumento da insegurança alimentar, efeitos nas populações de vetores de doenças, entre outros. O que pode ser feito de imediato é o desenho de prioridades, em termos de políticas sociais e de proteção e promoção da saúde, que reduzam as vulnerabilidades socioambientais e de saúde. Uma população afetada por problemas de saúde sensíveis ao clima é uma população vulnerável. Os números do IPCC não têm caráter alarmista, apenas indicam a gravidade das alterações ambientais esperadas para as próximas décadas, com consequências para a economia e a saúde pública mundial. No campo da saúde, por exemplo, os estudos indicam que doenças hoje frequentes nas regiões tropicais do planeta como a dengue podem se espalhar para outras áreas do globo, elevando de 2,5 bilhões para 3,5 bilhões o número de pessoas vivendo em zonas com risco de contrair a enfermidade. Os casos de dengue devem aumentar em países que já convivem com a doença, sendo esse o caso do Brasil. Uma elevação na temperatura média do planeta até o final do século, como previsto nos cenários mais pessimistas do IPCC, pode reduzir a disponibilidade de alimentos e levar mais de 530 milhões de pessoas a passar fome. Calcula-se também que 3,2 bilhões de indivíduos venham a enfrentar escassez de água, enquanto 20% da população mundial passará a viver em zonas sujeitas a enchentes.

Em relação ao estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil, que servirá de base para o Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, quais os pontos que você poderia destacar?

Ulisses Confalonieri: Destaco o caráter pioneiro do estudo pelo seu tema e por sua abrangência. Ao que me consta, nenhum país em desenvolvimento fez um estudo desse tipo, de caráter multidisciplinar. Esse estudo servirá como base sólida para estudos posteriores, visando atualizações. O estudo foi capaz de mostrar os impactos negativos futuros da mudança do clima na economia e na sociedade brasileira.

Em relação ao subprojeto de vulnerabilidade da região Nordeste, você poderia pontuar alguns comentários?

Ulisses Confalonieri: Reunimos indicadores regionalmente importantes de saúde (doenças infecciosas e parasitárias, desnutrição, diarreias, entre outras), de meio ambiente (desertificação), econômico-demográficos e climáticos. O referencial conceitual baseou-se na premissa de que o ressecamento (piora na condição de semiaridez) projetado pelos cenários de clima para a região provocará grandes migrações, com impactos epidemiológicos (redistribuição espacial de doenças endêmicas) e na procura pelos serviços de saúde. As projeções climáticas apontam o semiárido como uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas no Brasil. Diminuição da frequência de chuvas, solos mais pobres, vegetação com menor diversidade biológica estão entre as previsões para a região. Alguns lugares podem se tornar inabitáveis.

Uma área especialmente vulnerável é a da saúde. Qual é o cenário previsto para o Brasil?

Ulisses Confalonieri: No caso brasileiro, espera-se uma redução na diferença entre as temperaturas do inverno e as do verão. Invernos mais quentes favoreceriam a reprodução de insetos transmissores de doenças, como a malária e a leishmaniose, que podem se tornar mais frequentes. Também se prevê o aumento de enfermidades transmitidas pela água, como a diarreia e a leptospirose. Em uma região economicamente frágil como o semiárido nordestino, por exemplo, a redução da produção agrícola e a falta de trabalho podem desencadear importantes ondas migratórias. Esse rearranjo populacional demandará empenho e rapidez das autoridades municipais, estaduais e federais para tomar medidas de adaptação, como a construção de cisternas para amenizar a falta d’água e o desenvolvimento de culturas mais resistentes à seca para enfrentar as mudanças climáticas. No cenário mais drástico, as mudanças climáticas podem provocar uma redução média de 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste até 2050. Essa perda associada às alterações no clima equivale a 2 anos de crescimento da economia da região no período 2000-2005. O impacto das mudanças climáticas sobre a vida das pessoas deve aumentar os gastos municipais e estaduais com saúde e assistência social. A necessidade de investimento nessas áreas pode ainda ser ampliada por outro fator: o envelhecimento da população, consequência da queda na fecundidade e do aumento da longevidade. Na América Latina, o aumento da temperatura pode provocar, na Amazônia, um fenômeno chamado savanização: a transformação de parte da floresta, hoje formada por uma vegetação densa, rica e altiva, em uma vegetação mais aberta, baixa e rala, que lembra um cerrado empobrecido.

Atualmente, você está trabalhando com indicadores de vulnerabilidade para o Estado do Rio de Janeiro, os quais incluem questões da saúde. Você poderia destacar as questões mais relevantes?

Ulisses Confalonieri: É um aperfeiçoamento do projeto anterior (nordeste brasileiro) em termos de metodologia, pois incorporamos novas variáveis e estamos trabalhando com indicadores para cada município do estado. Será uma avaliação integrada da vulnerabilidade, levando em conta cenários de clima, histórico de eventos extremos, dados socioeconômicos e de saúde e indicadores ambientais (ex-riqueza biológica).

Em relação ao IPCC, de que maneira os países em desenvolvimento poderão participar mais das discussões capitaneadas pelo grupo? Já existe alguma indicação?

Ulisses Confalonieri: Já houve uma iniciativa recente que reuniu, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pesquisadores de vários países em desenvolvimento, visando discutir a participação mais intensa dos mesmos no grupo II do IPCC (Impactos, Adaptação, Vulnerabilidade). A agenda de mudanças climáticas dos países em desenvolvimento é diferente daquelas dos países desenvolvidos por conta de sua maior vulnerabilidade e menor capacidade adaptativa. Há também diferenças relativas às capacidades dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia.

Sobre o TDR, segundo você mesmo falou, um grupo de especialistas está discutindo as mudanças climáticas e a transmissão de doenças por vetores. Você poderia falar um pouco mais sobre isso?

Ulisses Confalonieri: A mudança climática é uma realidade atual e será mais impactante ainda no futuro. Então, o TDR, que é um programa tradicional da Organização Mundial da Saúde, precisou fazer uma atualização da sua agenda de trabalho, pois as mudanças do clima afetam as doenças transmitidas por vetores. O programa TDR precisa se ajustar a isso, ou seja, há uma nova realidade ambiental que transformará sistemas biológicos e sociais e, portanto, as condições de saúde. Um relatório dessa reunião, realizada no início de dezembro, será divulgado em breve.

Agência Fiocruz/EcoAgência

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cenário da Coleta Seletiva no Brasil

A implantação da Coleta Seletiva no Brasil ainda é incipiente. São poucos os municípios que já a implantaram, como reconhecível nos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do IBGE, mas dados mais recentes mostram que este número vem se ampliando.


A implantação da Coleta Seletiva no Brasil ainda é incipiente. São poucos os municípios que já a implantaram, como reconhecível nos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do IBGE, mas dados mais recentes mostram que este número vem se ampliando.

Para traçar um breve cenário da situação atual da Coleta Seletiva no Brasil, pode-se dizer que:

• 7% dos municípios têm programas de coleta seletiva (CEMPRE, 2008)

Embora o número de municípios seja, ainda, relativamente pequeno, são os maiores que adotam esta prática. De tal forma que estes representam aproximadamente 14% da população. Isto quer dizer que:

• 405 municípios, com 26 milhões de habitantes, praticam a coleta seletiva.

Destes municípios 2% se localizam no Norte do país; 4% no Centro Oeste; 11% no Nordeste; 35% no Sul e 48% no Sudeste.

A experiência desses municípios permite afirmar que a composição dos resíduos geralmente denominados secos e que podem ser reciclados é aproximadamente como indicada abaixo.

Material

% da Composição

Alumínio

1

Longa Vida

3

Diversos

3

Metais

9

Vidros

10

Rejeito

13

Plásticos

22

Papel e Papelão

39

Entretanto, na maioria dos casos, as soluções adotadas ainda são bastante onerosas.

• O custo médio da coleta seletiva é cinco vezes maior que o da coleta convencional,numa proporção de R$ 376 x R$ 73

Esta relação poderá ser alterada desde que se implante um modelo operacional adequado às nossas condições sociais. O quadro seguinte compara os resultados obtidos em dois modelos diferentes de gestão e operação da coleta seletiva. Como se vê, diferentes formas de operação da coleta seletiva podem trazer também resultados bastante diferenciados com relação aos custos da atividade e, como conseqüência, à extensão da parcela dos resíduos que podem ser objeto desta ação.

Dados CEMPRE 2006 - SNIS 2005

Média 4 Importantes Capitais

Londrina - PR

% da População Atendida

70

100

Custo da Coleta (R$/ ton)

450

37

Total Coletado (ton / mês)

1635

2600

Relação entre total da col. Sel. e Resíduos Domiciliares

3%

21,80%

Pode-se dizer que as principais dificuldades encontradas pela grande maioria dos municípios são as seguintes:

• informalidade do processo - não há institucionalização

• carência de soluções de engenharia com visão social

• alto custo do processo na fase de coleta

Fonte:
CEMPRE; Ministério do Meio Ambiente; Ministério das Cidades

domingo, 20 de dezembro de 2009

Wish you were here

Apenas uma minoria de países não estão representados com Chefes de Estado e de Governo na COP 15. A Reuters tem a lista de países que não enviaram os seus líderes.
Um número recorde de 119 líderes de países que representam cerca de 89 por cento da produção econômica do mundo estão reunidos para a conferência da ONU sobre alterações climáticas. Ainda assim, um número de chefes de Estado não veio. Reuters compilou uma lista.

Um grupo de países na lista são produtoras de petróleo. Estes incluem Angola, Azerbaijão, Iraque, Cazaquistão, Líbia, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (Emirados Árabes Unidos).

Outro grupo composto por Estados insulares: Antígua e Barbuda, Barbados, Cabo Verde, Cuba, Fiji, Jamaica, Ilhas Salomão e Tonga. Entretanto, a maioria dessas nações estão representadas em Copenhague pela Aliança dos Pequenos Estados Insulares(AOSIS).
Dez países latino-americanos não estão representados por seus dirigentes: Argentina, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Paraguai, Peru e Uruguai.

Finalmente, por várias razões, os chefes de Estado da Itália, Suíça e Ucrânia não puderam vir – O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, porque ele está se recuperando de ferimentos após um ataque de um par de dias atrás.

Fonte:

Ambiental Brasil. Notícias Cop 15



sábado, 19 de dezembro de 2009

Lula se diz frustrado com negociação na COP-15 e afirma que Brasil pode contribuir para fundo


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está “um pouco frustrado” com o rumo das negociações para um acordo global em Copenhague (Dinamarca).


Segundo Lula Brasil poderá contribuir para um fundo internacional


Ao participar de cerimônia no último dia da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (18) que está “um pouco frustrado” com o rumo das negociações para um acordo global em Copenhague (Dinamarca).

"Gostaria de sair com o documento mais perfeito do mundo mas, se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou", disse o presidente.

No discurso, Lula anunciou que o Brasil poderá contribuir para um fundo internacional que financie medidas para a redução de gases de efeito estufa em países pobres. “Se for necessário o Brasil fazer um sacrifício a mais, estamos dispostos a participar do financiamento”, disse.

Ele voltou a elogiar a proposta apresentada pela delegação brasileira em Copenhague, destacando que apenas “com meias palavras e com barganhas” não se é possível encontrar uma solução para as alterações climáticas.

"Quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, que estamos dando uma esmola. Porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento das emissões de gases de efeito estufa de dois séculos de quem teve o privilégio de se industrializar primeiro", acrescentou.

Fonte:

EcoAgência > Notícia

Por Paula Laboissière, repórter da Agência Brasil

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

China pede que países ricos 'deixem de desculpas' na COP 15

O chefe da delegação chinesa na Cúpula da ONU da Mudança Climática (COP15), Su Wei, pediu nesta quarta-feira (16) aos países industrializados para que "deixem de desculpas" e assumam "sua responsabilidade histórica" como "causadores" da mudança climática.

Para Su, os países industrializados "não foram sinceros" no momento de apresentar suas ofertas de redução de emissões poluentes e chamou seus objetivos de "vagos".

Durante a conferência, os países emergentes acusaram os países ricos de quererem "liquidar" o Protocolo de Kyoto (1997), em virtude de um acordo mais amplo que inclua objetivos de redução para os países em desenvolvimento e os Estados Unidos, que não ratificou o documento.

Su sustentou que os países emergentes "já estão atuando" para mitigar o aquecimento e pressionou os países ricos a não "justificarem sua própria inação" no fato de que a "mentira" de que países como China, Brasil, Índia e África do Sul "não estão fazendo nada".

Primeiro-ministro - Segundo Su, a presença na cúpula do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que chegou nesta quarta-feira a Copenhague, favorecerá os encontros bilaterais e unilaterais com outros chefes de Estado e de Governo que "influirão positivamente" no resultado da COP15.

O chefe da delegação chinesa disse também que a nova minuta anunciada nesta quarta pela Presidência dinamarquesa ainda não foi apresentada às delegações na sessão plenária e expressou seu desejo de que o documento final "tenha como base" os dois textos definidos nos grupos de trabalho.

"Deve ser um processo de baixo para cima, que expresse as opiniões de todas as partes e não um texto imposto por alguns poucos", afirmou Su.

(Fonte: G1)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Manhã de quinta-feira: sem desculpas

Embora a cúpula climática da ONU em Bella Center tenha atingido o seu ponto de ebulição, ou talvez um pouco seu ponto de congelamento, pode-se perguntar se todos os 119 chefes de Estado e de governo ainda estão participando.

A partir de quinta-feira de manhã, ninguém havia enviado justificativas, vários relatos da mídia.

Segundo a Reuters, o presidente Barack Obama é esperado para chegar na capital dinamarquesa na manhã de sexta-feira.

“O presidente pretende vir amanhã. Obviamente esperamos que haja algo com a vinda”, disse a ministra das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Hillary Clinton, em uma coletiva de imprensa ontem de manhã.

Estados Unidos anunciam que vão doar US$ 1 bi para combate ao desmatamento

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (16) que vão contribuir com US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,7 bilhão) para um fundo de curto prazo de US$ 3,5 bilhões destinado a desacelerar o desmatamento.

Austrália, França, Japão, Noruega e Grã-Bretanha também integram o plano de proteção das florestas anunciado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

O governo americano afirmou que os recursos seriam condicionados em um acordo político ambicioso de combate ao aquecimento global.

Font: (Fonte: G1)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Catástrofes meteorológicas afetaram 55 milhões em 2009

Resultado preliminar de estudo epidemiológico revela que os fenômenos ligados ao clima provocaram 7 mil mortes de janeiro a novembro em todo o mundo.



Por Daniela Traldi - Rádio ONU

Fenômenos meteorológicos extremos foram responsáveis por mais de 75% das mortes no mundo resultantes de desastres nos primeiros 11 meses deste ano. A afirmação é da representante especial do Secretário-Geral para Redução do Risco de Desastres, Margareta Wahlstrom, durante divulgação em Copenhague dos resultados preliminares de um estudo epidemiológico sobre o assunto.

Segundo Wahlstrom, dos 245 eventos registrados em 2009, 224 estavam relacionados com o clima e afetaram 55 milhões de pessoas, provocando 7 mil mortes. Os prejuízos econômicos chegaram a US$15 bilhões, mais de R$25 bilhões. A representante especial afirmou que as estatísticas mostram valores mais baixos em comparação com anos anteriores mas os eventos provocados por fenômemos meteorológicos como tempestades e inundações continuam no topo da lista.

Onze milhões de pessoas foram afetadas por enchentes em 2009, número bem inferior aos 45 milhões de 2008. O estudo também revela que a seca é uma grande ameaça por ser uma catástrofe de início lento e consequências a longo prazo. Só na África as secas contabilizaram menos de 20% dos desastres naturais, mas representaram 80% das pessoas afetadas no continente nos últimos 40 anos. Quase 4 milhões de quenianos precisaram de assistência e comida só este ano devido à falta de chuva. Já a Ásia é especialmente vulnerável a tempestades e inundações, com 48 milhões de pessoas afetadas de janeiro a novembro.

Fonte: Rádio ONU, parceira da EcoAgência de Notícias

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Discussão do Redd recua e acordo corre riscos

Implementação do Redd deverá definir o aporte financeiro dos países ricos destinados ao mecanismo, ao mesmo tempo em que os países em desenvolvimento definem quanto vão reduzir suas emissões.

A nossa ameaçada biodiversidade aguarda com ansiedade o acordo.

Por Reinaldo Canto de Copenhague para a Envolverde

O novo rascunho do documento que discute a implementação do mecanismo Redd – Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação – apresentou um forte recuo voltando ao estágio das negociações, existentes na quinta-feira da semana passada.

“Neste momento nós não estamos próximos a um acordo, apenas de um documento com intenções políticas”, declarou Tasso Rezende de Azevedo, do Ministério do Meio Ambiente do Brasil. “O documento está em aberto”, completou Tasso.

Nos últimos dias o documento vinha sendo alinhavado e as propostas estavam sendo colocadas na mesa e se “afunilando”, ou seja, estava sendo construído um posicionamento mais claro que levasse a um documento final. “O problema ocorreu a partir de algum ponto com o texto todo amarrado”, explicou o assessor do MMA. Quando algumas propostas não especificadas foram colocadas, houve uma reação geral de retirada dos apoios aos pontos anteriormente acordados.

Segundo os negociadores brasileiros a implementação do Redd deverá definir o aporte financeiro dos países ricos destinados ao mecanismo, ao mesmo tempo em que os países em desenvolvimento definem quanto vão reduzir suas emissões.

Agora as pretensões do país ficaram ainda mais distantes. Os pontos relacionados ao mercado de regulação do Redd têm enormes chances de ser jogado para discussão apenas no próximo ano.

Como as negociações aqui em Copenhague podem sofrer reviravoltas, resta agora torcer para que os negociadores revejam esse recuo e voltem a fazer os avanços que garantam a implementação desse mecanismo tão importante para o Brasil e outros países em desenvolvimento.

A nossa ameaçada biodiversidade aguarda com ansiedade o acordo. Tempo ainda existe, vontade política, quem sabe!

Fonte:

Material produzido e editado pela Envolverde/Mercado Ético/Carbono Brasil/Rebia/Campanha Tic-Tac/EcoAgência, e distribuído para reprodução livre com o apoio da Fundação Amazonas Sustentável.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sem florestas não tem acordo

A possibilidade de pela primeira vez a Convenção do Clima reconhecer a importância das florestas tropicais para reduzir os impactos do aquecimento global foi confirmada nesta sexta-feira, afastando o receio de que novamente este tema ficasse de fora. No texto preliminar resultado da primeira semana de negociações, o mecanismo de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) é citado como uma das maneiras de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, portanto merecedora de fundos promovidos pelos países de desenvolvidos e garantias para entrar em operação.

Para o pesquisador Richard Betts, diretor de impactos climáticos do Centro Hadley de Meteorologia do Reino Unido, isso é o mínimo que se pode esperar de negociadores ainda divididos entre admitir um limite máximo para elevação da temperatura de 1.5ºC ou 2ºC. Ele demonstrou que para que fiquemos abaixo dos 2ºC é imprescindível garantir uma queda expressiva no desmatamento global.

O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que a concentração de carbono equivalente (CO2e) – medida padrão para os gases de efeito estufa – precisa ficar estável na atmosfera entre 445 e 490 partes por milhão (ppm) para que a temperatura suba entre 2ºC e 2.4ºC, o que necessitaria uma redução de emissões em 2050 na ordem de 50% a 85% se comparadas aos níveis de 2000.

Segundo o pesquisador, a destruição das florestas tropicais aumenta entre 41 e 134 partes por milhão (ppm) a concentração de gás carbônico na atmosfera todos os anos, em média. Todos os outros gases de efeito estufa acrescentam ao ar 50ppm de CO2e ao ano. Em 2008, essa concentração já estava na casa dos 385ppm. O que Betts fez foi somar todas essas concentrações, chegando à conclusão que 476ppm superam o cenário para que a temperatura suba até os 2ºC. “Quanto mais gás carbônico emitimos, mais prejudicamos a capacidade de absorção deste gás pelas próprias florestas tropicais. Então, ao destruí-las perdemos duas vezes”, diz o pesquisador. Estima-se que as florestas sejam capazes de absorver cerca de 17% do carbono da atmosfera.

A boa notícia é que no que se refere aos mecanismos de pagamento por desmatamento evitado, o rascunho do acordo já cita o REDD plus, o que inclui a existência de salvaguardas na manutenção de biodiversidade, na área de obtenção de recursos financeiros, além de direitos de populações indígenas e comunidades locais assegurados. O texto sugerido pelo grupo de trabalho de aconselhamento tecnológico e científico (SBSTA) solicita ainda que os países em desenvolvimento identifiquem ações que resultem em redução de emissões e incremento na absorção de carbono pelo setor florestal. Também que desenvolvam sistemas transparentes de monitoramento de suas matas. Esses trechos, no entanto, ainda estão entre colchetes, o que indica que estes itens ainda não ganharam consenso das delegações envolvidas.

Mais cedo nesta semana, o embaixador brasileiro Luiz Figueiredo Machado, deixou claro em Copenhague que se mecanismos de REDD forem incluídos no acordo final da COP15, não haverá nenhum detalhamento sobre o assunto. Isso, para o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr, é suficiente por enquanto. “O que tem que constar no acordo de Copenhague é que os países reconheçam que o REDD pode ser uma das soluções para conter emissões provenientes de desmatamento”, considerou Souza Jr.

Para Laurent Micol, pesquisador do ICV, essa inclusão do REDD já poderá orientar possibilidades de investimentos iniciais. “Um acordo entre países vai ser mais difícil no curto prazo, mas é possível apenas com princípios básicos estimular projetos menores, entre estados por exemplo”, afirma Micol.

O Brasil, apesar de precisar melhorar e muito sua governança, já tem tecnologia para começar. De acordo com Carlos Souza Jr, um nível de incerteza no monitoramento das emissões de carbono na floresta hoje é de ordem de 15%, o que já é aceitável para a implantação das ações de REDD. “Também é possível construir estimativas históricas de desmatamento e degradação para áreas grandes”, ele lembra.

Armadilhas

Segundo membros do WWF, mecanismos de REDD são conhecidos e discutidos há pelo menos quatro anos, portanto já houve tempo suficiente para uma sofisticação nas discussões sobre este tema a fim de que o acordo de Copenhague seja ambicioso. “Não podemos nos contentar com uma mera citação do REDD no acordo, sem garantias de financiamento, à biodiversidade, aos direitos de comunidades indígenas”, diz Louis Leonard, diretor de assuntos climáticos da organização nos Estados Unidos. Como se viu no rascunho desta sexta-feira, essas salvaguardas foram pelo menos lembradas.

O temor é que algumas omissões se tornem verdadeiras armadilhas. Por exemplo, a definição de florestas até agora negociada inclui florestas plantadas para monocultura. “Não podemos olhar essa questão do ponto de vista apenas das emissões de carbono. O texto final deve conter uma menção explícita a garantias de que florestas nativas não poderão ser destruídas para que em seu lugar sejam colocadas outras cujo crescimento seja mais rápido para o seqüestro do carbono”, explica Emily Brickell, representante da área de clima e florestas da WWF Internacional.

Sem a garantia financeira de longo prazo também não há como sequer iniciar o processo de capacitação de instituições nos países em desenvolvimento para as primeiras ações relativas à redução do desmatamento, como monitoramento da floresta e estabelecimento das linhas de base nacionais, que servem como referências para o cálculo de emissões a serem reduzidas. “As organizações não governamentais recomendam pelo menos 42 bilhões de dólares por ano só na área de REDD para os países em desenvolvimento”, diz Brickell.

O diretor executivo da Coalização para Nações de Florestas Tropicais, Kevin Conrad, lembrou que se os mecanismos de remuneração não ficarem claros, corre-se o risco de premiar com recursos financeiros quem na verdade tira lucro de sua destruição. “Se você corta a floresta, se beneficia. Se muda de lugar e deixa de cortar, vai passar a poder receber por isso, e se resolve transformar a área aberta em plantação, ganhará novamente”.

Fonte:
ECO - Andreia Fanzeres

Emergentes viram 'peças-chave' na Conferência do Clima

Foto: AFP: Manifestantes brincam com um globo inflável diante do Parlamento dinamarquês, em Copenhague, em meio às...

Mais de uma centena de chefes de Estado e de governo tem seis dias, os últimos da 15ª Conferência do Clima (COP-15) das Nações Unidas, em Copenhague, na Dinamarca, para decidir o grau de compromisso da comunidade internacional contra o aquecimento global. Entre eles, nomes como o de Luiz Inácio Lula da Silva tornaram-se protagonistas. Antes figurantes, os países emergentes, liderados por China, Índia, Brasil e África do Sul, agora são 'peças-chave' para dois pontos cruciais: o financiamento e o valor jurídico internacional do novo acordo climático.

O peso dos novos gigantes nas negociações ficou claro desde a semana passada, quando os países industrializados, liderados pela União Europeia, impuseram barreiras ao repasse de recursos aos emergentes. Desde então, diplomatas das nações ricas se esforçam para dividir o grupo dos países "em desenvolvimento", prometendo recursos para os "mais vulneráveis" e exigindo o que um diplomata europeu chamou de "upgrade" dos emergentes.

"Existe uma proposta na mesa que abre a questão sobre a diferenciação entre os países em desenvolvimento", confirmou um membro da delegação brasileira. A questão é tão central que os Estados Unidos propuseram um acordo de interpretação para reescrever a Convenção do Clima de 1992 - texto que não está em discussão na COP-15 -, atribuindo novas responsabilidades a China, Brasil, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, entre outros. Os chineses, porém, não aceitam o "upgrade" - e, sem consenso, não há acordo.

Outra pista sobre o novo status dos emergentes veio após a apresentação do texto de negociação sobre cooperação de longo prazo. Diz respeito ao nível de engajamento que será obtido. Duas propostas estão na mesa: a de um tratado "legalmente vinculante" - ou seja, um Protocolo de Copenhague, que comprometeria os signatários a cumprir as diretrizes - ou um acordo "politicamente vinculante", no qual os chefes de Estado assumiriam o compromisso de discutir um tratado no futuro.

Na sexta, Todd Stern, enviado especial da Casa Branca pareceu fechar a porta para um Protocolo de Copenhague, dizendo que os EUA não aceitarão acordo vinculante que precise ser ratificado no Congresso. A Europa pressiona mais: não aceita ficar no Protocolo de Kyoto, de caráter legal, se os EUA se limitarem a um compromisso informal. "Se continuarmos com dois acordos (Kyoto e Copenhague), ambos terão de ser juridicamente vinculantes", diz Artur Metzger-Runge, negociador-chefe da UE.

Uma das saídas está nas mãos de China, Índia, Brasil e África do Sul. "Os EUA só aceitam o acordo legal se as novas potências tiverem o mesmo nível de compromisso", disse uma fonte brasileira. Os EUA querem que os emergentes fixem metas legais para reduzir o ritmo das emissões de CO2 e financiem a maior parte de suas ações de mitigação. A resposta estará nas mãos dos 110 líderes que chegam nesta semana. "Considerando o tempo que temos, não será fácil sair com um documento legalmente vinculante, mas, se não conseguirmos aqui, podemos tentar obtê-lo em 6 ou 12 meses", disse o secretário-geral da convenção, Yvo de Boer.

Fonte: Dom, 13 Dez, 08h56

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



domingo, 13 de dezembro de 2009

Manifestações em compenhaque (12/12/2009)

Vozes em Kopenhaque





CIMATE JUSTIÇA
Manisfestação em Kopenhaque




Movimento Global

Vozes de Copenhague

Milhares de pessoas reuniram-se neste sábado no centro de Copenhague para pedir mais ação dos líderes mundiais com relação à mudança do clima. Organizadores das entidades ambientalistas disseram que o protesto reuniu entre 100 mil e 150 mil pessoas. Mas a polícia fala em apenas 30 mil. A marcha saiu da praça em frente ao Parlamento dinamarquês e seguiu até o Bella Center, local onde ocorre a 15a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Na frente do centro de convenções, manifestantes vão fazer uma vigília durante toda a noite. Problemas com alguns grupos foram registrados, mas o balanço é de que o evento foi pacífico. O Eco acompanhou toda a marcha. Veja fotos e vídeos.













Fonte:

Direto da COP
12/12/2009, 16:14

Imagem de O ECO.