RELATOS, NOTÍCIAS, CRÍTICAS, PESQUISAS, RESULTADOS, COMENTÁRIOS, NA VISÃO AMBIENTAL

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Ilha Tuvalu, que fica no Sul do Oceano Pacífico, com o aquecimento Global poderá sumir do Mapa.

Parques na Escócia – será o mesmo planeta?


quarta-feira, 31 de março de 2010

França aplica multa de US$ 505 mil em empresa por vazamento de óleo

A Corte de Apelações de Paris confirmou as condenações de primeira instância da petroleira francesa Total e de três coacusados italianos pelo naufrágio do Erika. 
Joseph Valantin, responsável pela apelação contra pena imposta à 
empresa Total na França; multa foi mantida em US$ 505 mi
                                                   Charles Platiau -30.mar.10/Reuters
Joseph Valantin, responsável pela apelação contra pena imposta à empresa Total na França; multa foi mantida em US$ 505 milhões.
 

Em 1999, o afundamento do navio provocou uma gigantesca maré negra na costa norte da França. O veredicto foi dado na terça-feira (30). 
A Corte confirmou a responsabilidade penal dos quatro acusados e os danos ecológicos provocados pelas 10 mil toneladas de petróleo pesado que vazaram no mar, na costa da Bretanha. 
Pela responsabilidade penal, a Total e a empresa italiana Rina --que concedia os certificados de navegabilidade-- foram condenadas a multas máximas por poluição de 375 mil euros (US$ 505 mil).
O armador do navio, Giuseppe Savarese, e o administrador, Antonio Pollara, foram condenados a multas de 75 mil euros (US$ 101 mil) cada. 
Fonte:
da France Presse, em Paris


Descoberta espécie de lagarto camuflado no Camboja


O  Cnemaspis neangthyi  possui uma camuflagem eficiente, com um 
padrão de cores que o torna quase imperceptível quando se aproxima de 
fendas de rochas ... Foto: Daily Mail/Reprodução
Foto: Daily Mail/Reprodução.

Uma nova espécie lagarto foi descoberta por uma equipe de cientistas em uma região ainda inexplorada do Camboja. A espécie, batizada de Cnemaspis neangthyi foi encontrada durante um relatório de répteis e anfíbios no pé das montanhas rochosas de Cardamomo. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

O Cnemaspis neangthyi possui uma camuflagem eficiente com um padrão de cores que o torna quase imperceptível quando ele se aproxima de fendas de rochas e árvores. A expedição foi liderada pelo Dr. Lee Grismer, da Universidade La Sierra, e pela ONG Fauna & Flora International (FFI).

Segundo os cientistas, existem atualmente 75 espécies de Cnemapsis conhecidas pela ciência, das quais 30 vivem no Sudeste Asiático. A FFI informou que as montanhas de Cardamomo é uma das áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade asiática. A região abriga mais de 62 animais ameaçados e 17 espécies de árvores ameaçadas.
(Fonte: Portal Terra)

terça-feira, 30 de março de 2010

Mais de 3.000 cidades em 125 países participaram do "apagão" pelo clima

No mundo inteiro, em protesto contra o aquecimento global, monumentos, prédios e locais famosos tiveram as suas luzes apagadas. Foi a edição de 2010 da "Hora do Planeta", na noite de sábado.

Participaram 3.483 cidades em 125 países, deixando seus marcos no escuro. Entre eles, no exterior, a torre Eiffel, o Coliseu, o Big Ben, o Empire State Building, em Nova York, e as pirâmides do Egito.

No Rio, entre outros pontos, a luz se apagou na orla de Copacabana, no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar. Em São Paulo, na Ponte Estaiada e no Pacaembu. Em Brasília, no Congresso Nacional. No total, 72 cidades do país participaram.

É a quarta edição da "Hora do Planeta" e a segunda da qual o Brasil participa. Ela é organizada pela ONG WWF. A ideia é simbolicamente reduzir o consumo de energia no planeta.

Início - O evento começou pequeno, em 2007, apenas em Sydney. "Nós nunca, nem em nossos mais loucos sonhos, imaginávamos que se espalharia dessa forma", diz o inglês Andy Ridley, diretor da iniciativa.

Em 2008, 35 países participaram. Em 2009, 88. O ano de 2010 teve, portanto, uma adesão recorde, com 125 países.

A edição de 2010 ocorre três meses após o fracasso da cúpula do clima de Copenhague. Na época, países como Estados Unidos, China e Índia, que apagaram juntos as luzes no sábado, não chegaram a um acordo consistente, com força de lei, contra as emissões globais de gases-estufa.

A próxima cúpula do clima ocorre no final do ano, no México. Negociadores importantes em Copenhague se mostram pessimistas. O ex-secretário-executivo da ONU para o clima Yvo de Boer disse à Folha em fevereiro que não acredita que um acordo expressivo possa ser finalizado por lá.
 

(Fonte: Folha Online)

Hillary 'compartilha preocupações' sobre degradação do Ártico com ecologistas

A secretária de Estado americana Hillary Clinton e ecologistas expressaram sua preocupação nesta segunda-feira (29) com as mudanças climáticas e com a ausência das populações nativas do debate sobre o Ártico, durante a reunião entre os cinco países que ocupam essa região.

Tanto a líder da diplomacia americana como os militantes do Greenpeace reunidos nas proximidades do local da conferência dos cinco países árticos (Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Noruega e Rússia) criticaram a ausência dos primeiros habitantes da região das discussões de Chelsea, próximo a Ottawa, e insistiram sobre a urgência de se estudar as mudanças climáticas.

"O derretimento das geleiras marinhas, das geleiras e do permafrost terá um efeito sobre os ecossistemas e homens no mundo inteiro. Compreender essas mudanças exigirá uma cooperação internacional" e "um sentimento de urgência acompanha nossos esforços", disse Hillary, de acordo com o texto de seu discurso apresentado com antecedência.

Ela também lamentou a ausência na reunião de representantes das populações autóctones do Ártico, assim como de três dos oito países da região (Suécia, Islândia e Finlândia).

"Enquanto tentamos desenvolver nossos conhecimentos sobre o Grande Norte, espero que aqueles que vivem lá há gerações sejam parte integrante desse esforço."

As declarações de Hillary seguiram o mesmo caminho das reivindicações dos militantes do Greenpeace.

Dezenas de manifestantes participaram de um ato nas imediações do local da conferência ministerial, exibindo uma faixa para denunciar as "portas fechadas" dos trabalhos.

"As comunidades nativas, os outros países envolvidos, assim como os grupos ambientais, devem se reunir na mesa de debates", declarou Beth Hunter, diretora do Greenpeace, coordenadora da "Campanha Oceanos" da organização.  

(Fonte: G1)

quinta-feira, 25 de março de 2010

25 / 03 / 2010 Ilha no Oceano Índico desaparece com aumento do nível do mar

Fotos recentes de satélite indicam que uma ilha disputada pela Índia e por Bangladesh no Oceano Índico desapareceu sob as águas.

O território, no Golfo de Bengala, era conhecido como Ilha New Moore pelos indianos e chamado de Talpatti do Sul pelos bengaleses e ficava ao sul do Rio Hariabhanga.

De acordo com cientistas da Escola de Estudos Oceanográficos da Universidade Jadavpur, de Calcutá, Índia, a causa do sumiço da ilha foi o aumento do nível do oceano - um dos efeitos do aquecimento global.


O local, com uma área de cerca de 10 km², nunca foi habitado de forma permanente e nunca ficou mais do que dois metros acima do nível do mar.
Sundarbans - Segundo o correspondente da BBC em Nova Déli Chris Morris, no passado a ilha foi visitada por cargueiros indianos, e a Força de Segurança da Fronteira enviou um contingente de forma temporária à ilha, por causa da disputa territorial com Bangladesh.

De acordo com o professor Sugata Hazra, da Universidade de Jadavpur, quem quiser visitar a ilha agora precisará de um submarino.

O professor afirmou que seus estudos revelaram que os níveis do mar nesta região do Golfo de Bengala subiram muito mais rápido na última década do que nos 15 anos anteriores.

E, segundo o correspondente da BBC, o professor prevê que na próxima década outras ilhas da região da Sundarbans - a maior floresta de manguezal do mundo, na costa entre Índia e Bangladesh - também vão desaparecer debaixo d'água.

(Fonte: G1)

terça-feira, 23 de março de 2010

Fertilização de oceanos com ferro pelo clima prejudica ecossistema, alerta estudo




A fertilização dos oceanos com ferro foi proposta como uma forma de enfrentar as mudanças climáticas.

A ideia é de que o ferro promove o crescimento do fitoplâncton, que remove o dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese. Quando o fitoplâncton morre e afunda, o carbono é isolado no fundo do oceano.

O entusiasmo com a ideia vem diminuindo, em parte devido à preocupação com a manipulação em larga escala dos ecossistemas marítimos.

Um estudo recente, publicado na revista científica "The Proceedings of the National Academy of Sciences" aponta para um risco específico: com a promoção do crescimento de certos organismos, o enriquecimento do ferro pode resultar na produção de uma neurotoxina, o que traria prejuízos ao meio ambiente.

Charles G. Trick e sua equipe, da Universidade Western Ontario, estudaram várias espécies de diatomáceas (organismos unicelulares) do gênero Pseudo-nitzschia.

Tóxico - Estes organismos produzem ácido domoico - aminoácido raro -, utilizado para ajudar no crescimento. Porém, este ácido é tóxico para muitos organismos, inclusive mamíferos aquáticos e seres humanos.

As grandes florescências de Pseudo-nitzschia nas águas costeiras causaram o envenenamento de leões marinhos que se alimentam de moluscos contaminados.

Alguns estudos haviam sugerido que, no meio do oceano, as diatomáceas não produzem a toxina. Mas Trick disse que o trabalho de sua equipe prova que essas pesquisas anteriores estavam incorretas.

As Pseudo-nitzschia colhidas no meio do oceano e sujeitas às experiências a bordo do barco de pesquisas produziram uma grande quantidade de ácido domoico. "Descobrimos que há muita toxina lá", disse ele. "Caso semeássemos com ferro, a quantidade de toxina aumentaria."

Os pesquisadores encontraram provas de que o aumento da produção de ácido domoico permitiu que as Pseudo-nitzschia invadissem outros fitoplânctons. "É mais tóxico do que antes e está presente em maior quantidade", afirmou Trick.
 
(Fonte: Folha Online)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Proibição de exportação do atum-rabilho é rejeitada em reunião da ONU


Uma proposta para proibir a exportação do atum-rabilho - considerado o de melhor qualidade para a produção de sushis - foi rejeitada em um encontro sobre vida selvagem da Organização das Nações Unidas.

Japão, Canadá e muitos países pobres se opuseram à proposta, alegando que devastaria economias pesqueiras.

Mônaco apresentou a proposta na reunião da Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies em Perigo (CITES, na sigla em inglês).

O estoque global do peixe caiu cerca de 85% desde o início de sua pesca intensiva.

Ao apresentar a proposta, Mônaco argumentou que o órgão responsável por monitorar a pesca do atum-rabilho - a Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (Iccat, na sigla em inglês) - não implementou medidas restritivas o suficiente para garantir a sobrevivência da espécie.

Cientistas e ativistas se mostraram decepcionados com o resultado.

"Acreditamos que seja um golpe, porque a Iccat não vem conseguindo demonstrar que pode implementar medidas que levem à recuperação (do atum-rabilho)", disse Glenn Sant, líder do programa marinho global da Traffic, a rede internacional que monitora o comércio de vida selvagem.

"Não há dúvidas de que (a proposta) cumpria os critérios (científicos)" para ser incluída na lista de espécies cujo comércio é restringido pela CITES - afirmou Sant à BBC da conferência em Doha, no Catar.

A intenção era que fosse instituída a proibição total do comércio do atum-rabilho.

Margem - As votações da CITES podem ser revistas no último dia da reunião, mas a margem de votos sugere que a decisão não será revertida, afirma Sant.

Na primeira votação - sobre uma emenda da União Europeia que enfraquecia a proposta original apresentada por Mônaco, mas endossava a proibição - a proposta foi derrotada por 72 votos a 43.

Na votação seguinte, da moção original, ela foi derrotada por 68 votos a 20.

Os países europeus tiveram que se abster da segunda votação, já que seus delegados não tinham autoridade de seus governos para votá-la.

A União Europeia tem que votar em bloco em negociações como essa, e países com grande pesca de atum-rabilho, como a França, Itália e Espanha, não estavam propensos a apoiar uma proibição imediata.

O Japão - o principal país consumidor de atum-rabilho - se opôs à proposta desde antes do início da reunião da CITES, argumentando que a pesca comercial deve ser monitorada por órgãos como a Iccat.

Sue Lieberman, diretora de política internacional do grupo ambientalista Pew, sugere que o lobby da indústria pesqueira foi responsável pela rejeição da proposta.

"Essa reunião representava uma oportunidade de ouro para os governos adotarem uma postura contra a pesca excessiva, e muitos governos fracassaram em fazê-lo", disse ela.

"O mercado para esse peixe é simplesmente muito lucrativo, e a pressão dos interesses pesqueiros muito forte para que governos apoiem um futuro verdadeiramente sustentável para esse peixe."
 
(Fonte: G1)

domingo, 21 de março de 2010

EUA: empresas pagam a americanos que economizarem energia

A ameaça de que os ursos polares desaparecerão não é um estímulo suficiente para os americanos reduzirem seu consumo de energia. Pensando nisso, algumas empresas encontraram uma solução tão tentadora quanto pragmática: remunerar os que economizarem energia.

A americana MyEex, uma corretora de energia localizada em White Plains (estado de Nova York), acaba de lançar uma plataforma que permite comprar créditos de emissão de pessoas físicas que economizarem, ainda que isso signifique apenas apagar a luz ao sair de um cômodo da casa.

O primeiro crédito foi vendido em janeiro por 21,50 dólares, com uma comissão de corretagem de 4,30 dólares.
A ideia é simples: se muitas pessoas entrarem em jogo, isso teria um impacto real sobre as emissões de gases de efeito estufa e o corretor terá direito a comissões.

Por enquanto, em torno de 2.000 casas já se registraram na MyEex, que tenta certificar seu método que consiste em avaliar a economia de energia a partir do estudo de gastos nas contas de calefação e eletricidade.


Randy Wilson, que obteve o primeiro crédito de carbono emitido pela MyEex, considera a iniciativa excelente. Ele decidiu agir no ano passado, ao descobrir que sua companhia de eletricidade pretendia aumentar as tarifas em até 40%.

Junto com sua mulher, eles instalaram bombas elétricas de baixo consumo, decidiram tirar da tomada todos os aparelhos elétricos - como computadores - quando não estavam em uso, e instalaram um sistema de painéis solares que lhes custou 58 mil dólares no teto de sua residência na Pensilvânia (leste do país). A conta de luz passou de 120 dólares por mês a zero.


Graças aos créditos, que reduziram em dois terços o custo de seus painéis solares, e à economia obtida, Randy Wilson acredita que seu investimento será amortizado em seis anos.


"A ideia de economizar dinheiro e conseguir que paguem por isso é admirável", comentou à AFP.

Aproximadamente 17% das emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos provêm de residências, por conta da calefação, ar condicionado ou eletricidade. Isso representa, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA), até quatro toneladas de equivalente a CO2 por pessoa ao ano.


Joanna Smith ficou surpresa ao constatar como era fácil reduzir o consumo de energia de seu apartamento nova-iorquino desde que se juntou à Earth Aid, sociedade que dá a seus membros pontos de acordo com a economia feita. Os pontos podem posteriormente serem trocados por prêmios como cursos de yoga, sessões de hidroterapia ou roupas ecológicas para crianças. "Antes, não tinha consciência do meu consumo", afirma Joanna. 
Fonte:
(Fonte: Yahoo!)

Mundo celebra Dia Mundial da Água


 Dia Mundial da Água
                                                        jonnysize.com.br
O mundo celebra na segunda-feira (22) o Dia Mundial da Água preocupado com o efeito que as mudanças no clima, provocadas pelas atividades humanas, podem desencadear no ciclo das águas. Debatido na 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental (CNSA), promovida pelos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde, no final de 2009, o tema Água e Clima alertou para os perigos provenientes da emissão de gás carbônico e outros gases de efeito estufa na atmosfera, responsáveis por efeitos como o agravamento das secas, o aparecimento de furações e enchentes.

A conferência debateu também a questão do saneamento ambiental que contempla entre seus aspectos a questão do abastecimento de água, a coleta e tratamento de esgotos, o controle de doenças, o lixo e a drenagem. Documento divulgado durante a conferência, alerta que a má qualidade das águas multiplica os riscos de doenças de veiculação hídrica e a balneabilidade de praias, afetando diretamente a saúde pública.

Além da questão da saúde foi levantado o problema da poluição dos mananciais, que onera o custo do tratamento da água. A proteção do abastecimento de água envolve ações como o controle de agrotóxicos, a reposição de matas ciliares e de topo e a eliminação de atividades poluidoras.

O documento debatido dentro da 1ª CNSA alerta que ao longo dos anos, os recursos hídricos em áreas urbanas vêm sofrendo intervenções variadas que os poluem e afetam o sistema de drenagem, abastecimento e esgoto. A ação humana degrada a água, ao lançar substâncias que a poluem, conferindo-lhe cor, tornando-a turva e menos transparente. A água suja ou contaminada por coliformes, nutrientes como o nitrogênio, fósforo e outras substâncias prejudica a saúde, a qualidade de vida e o ambiente.

O investimento na despoluição de bacias hidrográficas é apontado como um dos fatores preponderantes para a melhoria da qualidade das águas. São enumerados ainda investimentos no monitoramento da qualidade das águas, em programas relacionados à prevenção de cheias e também em programas como os de educação ambiental, sanitária e educação para a saúde.

Dentro do Ministério do Meio Ambiente, a recuperação e preservação das bacias hidrográficas do Alto Paraguai e da Bacia do São Francisco estão entre as principais atividades desenvolvidas pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SHRU) no programa intersetorial voltado ao uso e conservação de recursos hídricos. Na bacia do Alto Paraguai, a prioridade é a revitalização de sete sub-bacias, entre elas, a do rio Taquari, ação considerada de vital importância para a recuperação da bacia do Alto Paraguai.

Uma iniciativa que vem sendo implementada no local é a instalação de uma rede de viveiros para a produção de mudas. A elaboração do macrozoneamento das Áreas de Preservação Ambiental (APA) das nascentes do rio Paraguai junto com a sensibilização e mobilização da comunidade local, com o objetivo de promover a educação ambiental são ações adicionais que fazem parte do processo de recuperação daquela bacia.

No processo de recuperação da Bacia do São Francisco, também vem sendo desenvolvidas ações de conservação, recuperação e manejo do solo e da água em microbacias, com ações de recuperação de áreas degradadas na APA das nascentes, levantamento florístico, implantação de viveiros, plantio de mudas e monitoramento da água.

Para este projeto, a SHRU está investindo na instalação de um Centro de Referência Integrado. Ele será responsável por articular inter e intrainstitucionalmente as atividades de pesquisa e estudos sobre o Rio São Francisco. No local estão sendo promovidos cursos de capacitação para gestores, produtores e técnicos que atuam na região e ações de educação ambiental que garantam o princípio da transversalidade entre as ações do Governo Federal. Uma novidade no processo de recuperação da bacia é a implementação de um sistema de monitoramento ambiental que vai quantificar em quilômetros quadrados o desmatamento e gerar polígonos de indicativos de desmatamento recentes.

Até junho de 2010, deverão estar selecionadas as áreas prioritárias para criação de parques fluviais nos municípios que têm sua zona urbana na calha do Rio São Francisco ou na calha de seus afluentes. As potencialidades de cada um destes locais para a criação de parques fluviais serão determinadas por meio de sobrevoo e a seleção se dará a partir de detalhamento de proposta e à adesão de parceiros aos projetos.

Ainda é considerado pequeno o nível de conhecimento sobre a quantidade e qualidade das águas subterrâneas no Brasil. Por isso mesmo, a SHRU com parceiros de diversos segmentos, vem incrementando, por meio de estudos e pesquisas, o aumento do conhecimento hidrológico e implantando um sistema de monitoramento para este tipo de recurso natural. Estes estudos envolvem pesquisas específicas para um maior conhecimento e o monitoramento dos aquíferos de abrangência transfronteiriça e interestadual. Este conhecimento é fundamental para a criação de mecanismos de gestão integradas destes aquíferos.

Carente de recursos hídricos, o Nordeste tem no programa Água Doce uma alternativa para a obtenção de água potável e o desenvolvimento de atividades de cultura de peixes. O programa tem por base a dessalinização da água e já beneficiou até o momento mais de 50 mil pessoas naqueles estados. Para concretizar o processo, já foram implantadas três Unidades Demonstrativas (UDs) distribuídas nos estados do Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas e outras quatro aguardam para serem implantadas este ano, uma delas no Ceará. (Fonte: MMA)

sábado, 20 de março de 2010

Proposta americana de banir comércio do urso polar é rejeitada

   
                          Publicado em em nota ao café por JN, em Maio 16, 2008.
A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Silvestres (CITES), entidade que regula o comércio de espécies da vida selvagem ameaçadas, rejeitou nesta quinta-feira (18) uma proposta, apresentada pelos Estados Unidos, de proibir o comércio internacional de ursos polares, durante uma conferência da instituição em Doha.

Os Estados Unidos queriam uma "abordagem preventiva", destacando que para a CITES, a espécie é considerada "vulnerável", com um declínio de 30% de suas populações nos últimos 45 anos.

Jane Lyder, chefe da delegação americana, afirmou que até 700 ursos polares são mortos ilegalmente ao ano, em particular na Rússia.

Estima-se que haja entre 20 e 25 mil ursos polares vivendo entre Canadá, Groenlândia, Noruega, Rússia e o estado americano do Alasca. Eles são mortos, sobretudo, por causa de sua pele, dos dentes e dos ossos, ou são usados como troféus de caça.

Mas a maioria dos países participantes da conferência da CITES na capital do Qatar concordou em que o derretimento das geleiras, provocado pelo aquecimento global, é a principal ameaça ao animal.

O Canadá argumenta que apenas 2% dos ursos polares "são comercializados a cada ano" e que este número se mantém estável.

Cerca de 300 ursos polares são comercializados internacionalmente a cada ano, sobretudo por povos indígenas, 210 deles por comunidades inuits do Canadá. A Groenlândia impôs uma proibição total às exportações de urso em 2008.

O urso polar está inscrito desde 1975 no Apêndice II da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e da Fauna Selvagens, que permite um comércio controlado.

A inclusão no Apêndice I, como queriam os Estados Unidos, teria proibido totalmente as exportações da espécie.

"Foi uma oportunidade perdida, a última chance para responder às ameaças" que o urso polar enfrenta, disse Jeff Flocken, diretor do grupo conservacionista Fundo Internacional para o Bem-estar dos Animais (IFAW, sigla em inglês).

A CITES, da qual fazem parte 175 países, celebra até 25 de março uma conferência, durante a qual serão votadas dezenas de medidas a respeito do comércio de marfim, tubarões e corais, entre outras plantas e animais.
 
 Fonte:
(Fonte: Yahoo!)

Bactérias descontaminam água e solo

Estudo da Esalq-USP) e FAPESP, mostrou a possibilidade de utilização de consórcios bacterianos para degradar o PCE, um solvente potente e não inflamável.


Divulgação    
Pesquisa feita na Esalq-USP seleciona organismos capazes de remediar solos e lençóis d’água contaminados com tetracloroetileno, solvente altamente tóxico e potencialmente carcinógeno


Por ser um solvente potente e não inflamável, o tetracloroetileno (PCE) começou a ser largamente utilizado em meados do século 20 em serviços de lavagem a seco, indústrias metalúrgicas, instalações militares e até em residências.

Com o tempo, entretanto, percebeu-se que o PCE havia se tornado um dos contaminantes ambientais mais frequentes, sendo encontrado em solos e em lençóis d’água e constituindo uma ameaça à saúde e ao meio ambiente.

O produto é altamente tóxico, potencialmente carcinógeno e se acumula no tecido de organismos vivos, podendo afetar o aparelho reprodutor humano. O PCE é enquadrado na família dos produtos orgânicos persistentes, devido à sua resistência à degradação.

Um estudo feito na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, e apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, mostrou a possibilidade de utilização de consórcios bacterianos para degradar o PCE.

Iniciado em 2006, o trabalho de pesquisa “Desenvolvimento de uma técnica de bioestímulo para a remediação de solo e água subterrânea contaminada com tetracloroetileno”, coordenado pelo professor Marcio Rodrigues Lambais, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq, conseguiu alto índice de degradação do PCE (98%) em um tempo considerado bastante curto (cerca de 12 horas).

“Os resultados publicados na literatura especializada reportam taxas de degradação em torno de 80% de degradação do PCE após um período entre 15 e 20 dias”, comparou Lambais.

Um dos segredos da rapidez da descontaminação obtida pela equipe da USP está no processo utilizado, que emprega bactérias que se desenvolvem com a presença de ar. Apesar de pouco utilizado no Brasil, o método de descontaminação por bactérias aeróbias apresenta outra vantagem: a praticidade.

“Geralmente, os organismos anaeróbios [que vivem na ausência de oxigênio] são sensíveis ao ar, o que dificulta o seu manuseio e a aplicação em campo”, explicou o professor. Para desenvolver a pesquisa, o grupo localizou uma área contaminada na capital paulista, de onde retirou amostras de água para serem testadas em laboratório.

Com a água, o grupo levou também amostras de sedimento, das quais isolou as bactérias locais. Esses organismos passaram por triagem para selecionar aqueles com potencial de degradação do PCE. Os pesquisadores utilizaram espécies de Microbacterium, Stenotrophomonas, Exiguobacterium, Bacillus, Acinetobacter, Pseudomonas e Cupriavidus, dentre outras bactérias.

A utilização de microrganismos locais é importante, de acordo com Lambais, uma vez que eles já estariam adaptados ao ambiente contaminado. “Introduzir novas bactérias em um ambiente contaminado e mantê-las ativas não é uma tarefa trivial, pois as bactérias introduzidas normalmente apresentam baixa capacidade de colonização do novo ambiente e, na maioria das vezes, acabam morrendo”, afirmou.

Para contornar o problema da baixa densidade populacional de bactérias capazes de degradar o PCE, a solução foi enriquecer as comunidades microbianas locais em laboratório utilizando um reator horizontal de leito fixo (RHLF).

Bactérias locais

Os consórcios bacterianos selecionados se mostraram extremamente eficientes na degradação do produto e ainda geraram subprodutos menos nocivos durante o processo, em relação ao processo anaeróbio descrito na literatura.

“Os processos convencionais de degradação do PCE geraram cloreto de vinila, que é altamente tóxico e se dispersa facilmente na água subterrânea. Em nosso processo, em vez de cloreto de vinila foi produzido clorofórmio, que, apesar de tóxico, é facilmente biodegradado”, explicou Lambais.

A técnica de remediação utilizada pela equipe da Esalq pode ser aplicada em campo de duas maneiras: injetando a biomassa cultivada em laboratório diretamente na água ou bombeando a água contaminada para dentro do RHLF. As bactérias presentes no interior do reator eliminam o PCE da água, que pode ser devolvida limpa ao ambiente.

A utilização de um reator, segundo os pesquisadores, proporciona um controle maior da remediação e de sua efetividade. O sistema permite até ajustar as características químicas da água a fim de propiciar condições mais favoráveis para a atuação das bactérias.

Nesse sistema, as bactérias não têm contato com o ambiente externo. “Os organismos não saem do reator”, afirmou Lambais. A equipe não fez um levantamento de custos comparativo entre os dois métodos, mas a rapidez e o alto grau de limpeza alcançados coloca a técnica como uma eficiente alternativa para processos de remediação de água subterrânea contaminada.

Outras alternativas de remediação, como a extração de vapores e adsorção em carvão ativado, chegam a apresentar bons índices de retirada de contaminantes, mas o resultado é um subproduto indesejável, o qual precisa ser destinado a aterros sanitários.

“Nos processos físico-químicos de remediação, com a extração de vapores e adsorção em filtros, o PCE é retirado da água contaminada e transferido para o carvão ativado que fica contaminado, devendo ser disposto em aterros adequados”, disse Lambais. Por sua vez, a técnica de biorremediação degrada o contaminante, não deixando subprodutos tóxicos.

A equipe pretende agora detalhar bioquimicamente o processo de degradação aeróbia do PCE e identificar cada subproduto oriundo desse processo. Esse trabalho está sendo feito pelo doutorando Rafael Dutra de Armas.

Armas participa dessa pesquisa desde 2006 quando iniciou o seu mestrado, o qual contou com bolsa da FAPESP e resultou na dissertação “Caracterização da comunidade bacteriana em água subterrânea contaminada por tetracloroetano e espécies associadas com sua degradação”.

Agora, durante o doutorado, o estudante pretende identificar quais bactérias participaram do processo de degradação do PCE. “Pode ter sido um consórcio microbiano ou um só organismo o responsável pela degradação”, disse Lambais.

Essa identificação deverá facilitar futuros trabalhos de remediação e economizar tempo, uma vez que serão investidos esforços no enriquecimento somente das bactérias envolvidas na degradação. 
Fonte:
Por Fábio Reynol, Agência FAPESP

 


sexta-feira, 19 de março de 2010

Mapa mostra injustiça ambiental e danos à saúde no Brasil

A busca por socializar informações, desse modo, pretende dar visibilidade a denúncias, permitindo o monitoramento de ações e projetos que enfrentem situações de injustiças ambientais e problemas de saúde em diferentes territórios, como cidades, campos e florestas, sem esquecer as zonas costeiras.

               Divulgação  

Foi lançado o Mapa de Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil.  O trabalho, que está disponível na Internet, é resultado de um projeto desenvolvido em conjunto pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), com o apoio do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde.

O objetivo do mapeamento é apoiar a luta de inúmeras populações e grupos atingidos em seus territórios por projetos e políticas baseadas numa visão de desenvolvimento considerada insustentável e prejudicial à saúde. 

A busca por socializar informações, desse modo, pretende dar visibilidade a denúncias, permitindo o monitoramento de ações e projetos que enfrentem situações de injustiças ambientais e problemas de saúde em diferentes territórios, como cidades, campos e florestas, sem esquecer as zonas costeiras.

Os organizadores da iniciativa pedem que os visitantes do mapa preencham a página "Fale conosco", dedicada a comentários, críticas, complementações e/ou correções de dados, assim como novas denúncias e sugestões.

“O Mapa é de todas e todos nós.  Mas, para que isso se torne uma realidade de fato e de direito, é fundamental que nos apropriemos dele e que, de agora em diante, ele se torne uma construção coletiva a serviço da justiça ambiental, da cidadania, da democracia e contra todo tipo de abuso, de exploração e de racismo”, informam os coordenadores do mapa.

O mapa já está no ar e pode ser acessado gratuitamente. O endereço é: http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/. 

(Fonte: Amazônia.org.br)



quinta-feira, 18 de março de 2010

Argentina mantém proibição ao glifosato

 
A Justiça de Santa Fe, na Argentina, pronunciou uma sentença inédita, com possíveis impactos no modelo agropecuário da Argentina, ao manter firme uma sentença que proíbe as fumigações com glifosato nas proximidades de zonas urbanas da cidade de San Jorge, oeste da província.

A medida foi decidida pela Câmara de Apelações Civil e Comercial (Sala II) de Santa Fe, que deu outro passo inédito: ordenou que o governo de Santa Fe e a Universidade Nacional do Litoral (UNL) demonstrem, no curso de seis meses, que os agroquímicos não são prejudiciais à saúde.

Dessa maneira, pela primeira vez, inverteu-se a carga da prova: era uma regra que os moradores e os agricultores intoxicados tinham que demonstrar as afecções na saúde, mas agora serão os impulsores do modelo de agronegócio que terão que demonstram a inocuidade dos químicos.
Os juízes também marcaram jurisprudência ao invocar o princípio precautório: diante da possibilidade de prejuízo ambiental irremediável, é necessário tomar medidas protetoras. Os iniciadores da causa, moradores que sofreram transtornos na saúde por causa das fumigações, já solicitaram que a medida se estenda a toda a província. O glifosato é o pilar fundamental do monocultivo da soja.

San Jorge é uma cidade de 25 mil habitantes, localizada a 144 kilómetros da capital da província. É uma zona de soja por excelência. Durante os últimos 15 anos, ela cresceu ao abrigo do monocultivo, a zona urbana se estendeu e também os campos semeados. O bairro Urquiza está na periferia do município, é humilde, com casas ainda inacabadas e foi durante uma década limítrofe a campos de soja. Da casa de Viviana Peralta, pode-se ver o campo e também os aviões fumigadores. Ela foi uma das impulsoras da denúncia inicial, depois que sua filha Ailén, de apenas dois anos, sofreu falta de ar, intoxicação e um desmaio depois de uma fumigação.

Em março de 2009, o juiz Tristán Martínez – do Juizado Civil, Comercial e Trabalhista Nº 11 – deu lugar a um amparo e ordenou a suspensão imediata das fumigações nas adjacências da zona urbana da cidade, até que o Conselho Deliberativo e o município fizeram eco da lei 11.273 (sancionada em 1995) e determinaram quais zonas podem ser pulverizadas com agroquímicos.

Os produtores, da prefeitura e do governo da província, mediante o Ministério da Produção, apelaram a medida. Os três juízes da Câmara Civil e Comercial de Santa Fe (Armando Drago, Enrique Müller e María Cristina de Césaris de Dos Santos Freire) confirmaram a sentença de primeira instância: proibição total de fumigar com agroquímicos a menos de 800 metros de moradias familiares (se o método utilizado é terrestre) e a 1.500 metros (se a aspersão é mediante avião).

A sentença inédita, unânime, foi proferia em dezembro passado, mas só foi conhecida agora. "O chamado a decidir (pela proibição) se desenvolve em um contexto difícil, onde estão em disputa controvérsias científicas, interesses econômicos, pressões e contrapressões de ordem política e empresarial, riscos conhecidos socialmente (...) que têm a propriedade de transformar o apolítico em político, desinformação interessada, descoordenação na gestão pública, insolidariedade com os possíveis afetados", adverte a Justiça.

Nas centenas de denúncias por contaminação e intoxicação, os afetados se confrontam na Justiça com um pedido de difícil cumprimento: são os próprios prejudicados (indígenas, agricultores e humildes habitantes periurbanos) que devem provar cientificamente que os agroquímicos são prejudiciais.

A apelação do governo de Santa Fe se dirigiu a esse ponto frágil. A província argumentou que a denúncia original (a ação de amparo) era inadequada porque, antes de qualquer proibição, devia ocorrer um debate amplo com demonstrações científicas que certificassem os prejuízos sobre a saúde e o meio ambiente.

Mas a Justiça rejeitou esse caminho. "Permito-me indicar enfaticamente que a questão não requer de maior amplitude enquanto a 'debates e provas'. Discute-se sobre atos que atentam contra o meio ambiente, repercutindo de maneira direta na saúde dos moradores da cidade de San Jorge, o que importa é que existe um fator de urgência que (deve) ser atendido", sentenciou a Câmara de Apelações.

E, pela primeira vez em casos de agroquímicos, inverteu a carga da prova. Não solicitou que as famílias afetadas provassem os males dos agroquímicos. Ordenou que o governo provincial, mediante o Ministério da Produção, realize estudos junto à Universidade Nacional do Litoral (UNL).

No término de seis meses, ele deverá provar que os agroquímicos não afetam a saúde e o meio ambiente. O juiz de primeira instância Tristán Martínez recebeu novamente a causa apenas na semana passada. O mais rápido possível deverá notificar a província e a UNL. Quando se cumprir o prazo de seis meses, o juiz Martínez deverá decidir – estudo em mãos – se reverte a medida, a mantém ou a aprofunda.

O outro aspecto inédito da sentença é o uso do princípio precautório no que se refere a agroquímicos. A Lei Nacional do Ambiente define o princípio precautório em seu artigo 4: "Quando haja perigo de dano grave ou irreversível, a ausência de informação ou certeza científicas não deverá ser utilizada como razão para postergar a adoção de medidas eficazes, em função dos custos, para impedir a degradação do meio ambiente".

A Câmara de Apelações de Santa Fe utiliza o artigo como uma das bases de sua sentença, enumera sete casos em que ele foi implementado, destaca que sua utilização é justificada quando haja "falta de certeza científica e ameaça de dano ao meio ambiente ou à saúde humana", e toma como antecedente o que foi realizado pela Corte Suprema de Justiça da Nação, máximo tribunal da Argentina, no freio aos desmontes em Salta (dezembro de 2008).

A Justiça de Santa Fe afirmou que a limitação no uso do glifosato para a cidade de San Jorge se fundamenta na "incerteza científica acerca dos riscos ambientais, a incidência da alteração séria do meio ambiente e a irreversibilidade que podem provocar tais danos", e explica que sua medida pode ser entendida para "evitar um dano futuro, mas relativamente certo e mensurável".

A sentença também entra em cheio na prática judicial comum: pede que fiscais e juízes "repensem que os avanços tecnológicos não são poderes que se legitimam a si mesmos".

Na sentença, os três juízes advertem que intervêm interesses setoriais que não buscam identificar os riscos reais, mas sim defender seus próprios papéis na cadeia do agronegócio. Assinala que os fumigadores defendem que as contaminações se devem ao mau uso (um argumento recorrente das câmaras empresariais), adverte que as companhias produtores de agroquímicos "defendem a atoxicidade com estudos encomendados por elas mesmas", o Estado "apregoa sua preocupação pelo meio ambiente, mas esquece que a melhor maneira de se comprometer com o assunto é efetuando os devidos controles" e evidencia a falta de solidariedade entre os fazendeiros: "Eles defendem que se os produtos que aplicam se encontram autorizados, ninguém pode encaminhar nenhuma ação antijurídica, razão pela qual não se pode impedir que eles trabalhem e produzam".

"O que fica claro é que as posições divergentes, antes de dissipar as dúvidas de utilização dos agroquímicos, principalmente em zonas urbanas, aumentam-nas, porque todos conhecem os potenciais riscos de sua utilização (...), a preeminência não é dos interesses setoriais de ninguém, mas sim, pelo contrário, a preeminência está do lado da saúde pública e do meio ambiente", sentenciou a Justiça de Santa Fe e afirmou: "Diante da existência da dúvida relevante, a aplicação do princípio precautório se torna inevitável, porque só a existência de crianças afetadas (...) assim o determina".

O Centro de Proteção à Natureza (Cepronat), organização impulsora da denúncia inicial, já anunciou que irá solicitar que a limitação do uso de glifosato seja ampliada à toda a província. "A Justiça protegeu os habitantes de San Jorge até que se demonstre a suposta inocuidade. Pedimos que o resto dos santafesinos sejam protegidos. Se isso não ocorrer, haverá cidadãos de primeira protegidos do uso de agroquímicos, e o resto da província estará exposto a químicos que são suspeitos de afetar a saúde e o meio ambiente".

O Cepronat, que integra a campanha nacional "Parem de fumigar" – na qual confluem dezenas de organizações sociais e povos fumigados – instou que o governador Hermes Binner escutasse a sentença judicial e estendesse a limitação para as fumigações. "Acima de tudo, o governador é médico, entende que a saúde deve anteceder as atividades produtivas", afirmou Carlos Manessi, do Cepronat.

O jornal Página/12 tentou dialogar com o governador, mas seu pota-voz explicou que ele não irá falar do tema e encaminhou as perguntas ao Ministério da Produção, que informou que os funcionários não farão declarações públicas até serem notificados pela Justiça.

Binner formou-se em Medicina em 1970, na Universidade de Rosario. Entre outras especializações, segundo seu currículo, focalizou sua profissão em "saúde pública", que é um conceito social e político que (segundo a própria definição médica) está destinado a "melhorar a saúde e melhorar a qualidade de vida das populações mediante a promoção da saúde, da prevenção das doenças e da harmonia com o meio ambiente". 

Fonte:
Instituto Humanitas Unisinos/EcoAgência
Por Darío Aranda - Página 12 (Tradução de Moisés Sbardelotto)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Apesar da melhora, a falta de água potável e de saneamento mata anualmente 1,5 milhão de crianças no mundo

Divulgação OMS    
Capa da Publicação

O mundo deverá alcançar o Objetivo do Milênio de reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável. A cinco anos do prazo para a meta, que vence em 2015, 87% da população mundial dispõem de fontes de abastecimento de água potável, de acordo com o relatório divulgado no dia (15/03/2010) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Apesar do avanço em relação à água potável, os números sobre o saneamento básico ainda são ruins. Mais de 2,6 milhões pessoas – 39% da população mundial – continuam sem esse serviço. De acordo com o documento, o problema ainda mata anualmente 1,5 milhão de crianças de até 5 anos. As crianças e mulheres, segundo a OMS/Unicef são as mais atingidas pelas dificuldades no acesso á agua e à falta de saneamento básico.

O estudo monitorou dados de 209 países. Em algumas regiões, houve mais avanços, como no Sudeste da Ásia. O relatório cita, por exemplo, que defecar ao ar livre caiu consideravelmente no continente. Em todo o mundo, essa prática diminuiu de 25%, em 1990, para 17% em 2008, o que significa que 168 milhões passaram a ter acesso a sanitários.

As populações rurais também são consideradas mais vulneráveis ao problema. Segundo o informe, sete em cada dez pessoas sem serviços de saneamento e mais de oito de cada dez sem acesso à água potável vivem em zonas rurais.

O documento cobra ações imediatas das instâncias governamentais e não governamentais para acelerar o acesso à água potável e garantir condições de saneamento a todas as populações do mundo.

Fonte:
Agência Brasil - EcoAgência
Por Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil

terça-feira, 16 de março de 2010

Diplomacia do atum vermelho entra em ação em Doha


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A diplomacia do atum vermelho entrou em ação nos corredores da conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Silvestres (CITES) de Doha, antes da abertura das discussões sobre a proposta de Mônaco de suspender as exportações da espécie.

"Não há nada decidido. Há muita agitação", disse na segunda-feira (15), à AFP, Patrick Van Klaveren, embaixador do México na Convenção da CITES, que se pronunciará até 25 de março sobre a medida que atinge o atum vermelho do Atlântico oriental e do Mediterrâneo.

"O que nós pedimos é que se deixe esta espécie em paz durante cinco ou dez anos, para dar a ela uma chance de evitar a catástrofe anunciada", afirmou o embaixador.

Mas o Japão, que consome aproximadamente 80% da pesca mundial da espécie, ou a Turquia, um país pesqueiro, já trabalham contra a proposta de Mônaco.

"A técnica de 'lobbying' do Japão é temerária", denunciou Van Klaveren. "Três ou quatro pessoas da delegação percorrem permanentemente as salas de reunião, dirigindo-se aos países em vias de desenvolvimento, assustando-os a respeito do futuro de suas próprias reservas, com comentários do tipo 'a vez de vocês vai chegar'. As ilhas do Pacífico e da Ásia são bastante sensíveis" a estes argumentos, explicou.

"São ameaçados", reforçou Sue Lieberman, diretora política do Pew Environment Group.

No domingo, a delegação japonesa organizou um encontro com países africanos. "Estamos acostumados", contou um delegado africano. "Eles fazem o mesmo antes de cada comissão baleeira. Na última vez, levaram inclusive dez delegados da Guiné para o Chile, com todas as despesas pagas", acrescentou.

No entanto, embora não tenha apresentado uma contraproposta, o "Japão não é favorável a continuar com a exploração no ritmo atual", reforçou Van Klaveren.

"Recebemos certos sinais da indústria japonesa, que está muito preocupada com o risco de colapso das reservas", acrescentou, citando uma empresa como a Mitsubishi, que possui aproximadamente 60% das 55.000 toneladas de atum vermelho congelado no Japão.

As ONGs alertaram Van Klaveren sobre "a atividade" levada adiante pela Tunísia, país pescador de atum, entre os membros da Liga Árabe (22 países) para convencê-los a votarem contra o projeto de resolução de Mônaco, o que foi confirmado por Wael Hmaidan, da organização libanesa IndyAct, que na segunda-feira tentou organizar uma reunião entre Van Klaveren e a delegação tunisiana.

Esta se declarou "escandalizada" com tal suspeita.

"Todo mundo se mobiliza. Nós expressamos nossa posição, sem fazer nada para que os outros a compartilhem", assegurou Jaled Zahlá, que dirige a delegação tunisiana.

A Tunísia "se oporá a qualquer inscrição do atum na CITES", disse, sustentando que "este não é um assunto da CITES, mas da ICCAT", a Comissão Internacional para a Conservação de Atuns do Atlântico.

Mônaco desejaria que a União Europeia se envolvesse mais na defesa da sua posição, a qual apoia oficialmente, embora com uma aplicação adiada até os próximos trabalhos científicos da ICCAT, previstos para novembro.

Mas a UE é dirigida atualmente pela Espanha, um dos principais pescadores de atum, ao lado de França e Itália. E, de fato, segundo um de seus delegados, a UE tem muitas dificuldades em chegar a um acordo sobre o caso.

Até o momento, Mônaco conta com o apoio de Estados Unidos, Noruega, Suíça, Colômbia, Costa Rica, Equador e Sérvia. Mas, segundo fontes europeias, "Canadá, Austrália e Brasil se absterão, e a África ocidental ainda está indecisa".

Quanto à China, o país é, assim como o Japão, hostil a que a CITES se intrometa na gestão das espécies marinhas comerciais, afirmou Sue Lieberman.  

(Fonte: Yahoo!)

Evolução eliminou relógio biológico de renas no Ártico

Os animais do Ártico ficam sem saber o que é escuridão por vários meses durante o verão e, depois, sem ver a luz por outros tantos durante o inverno.

Essa condição, segundo um novo estudo, eliminou nas renas o ciclo biológico de 24 horas - o chamado ritmo circadiano -, que diz ao organismo quando ficar ativo e quando descansar.

Biólogos que fizeram a descoberta acreditam que as conclusões também possam ser válidas para outros mamíferos do local.

Na maioria dos animais, inclusive nos humanos, o ciclo circadiano controla diariamente parte da oscilação no nível do hormônio melatonina, ligado ao sono, mesmo que não haja luz.

Por causa desse hormônio, se um humano for morar no Ártico, continuará sentindo sono diariamente, ainda que com dificuldade de regular o horário.

Mas agora os cientistas perceberam que a liberação de melatonina no organismo das renas tem pouco ou nada a ver com um ciclo de 24 horas. Ela está relacionada quase que exclusivamente com a presença ou ausência de luz.

Isso é uma vantagem para os animais, segundo os cientistas, pois seria um desperdício se eles estivessem em "modo noturno" durante o verão ensolarado, com o metabolismo desacelerado justamente quando as condições para procurar comida são excelentes.

Por isso, nesse período, os animais dedicam quase 24 horas por dia para encontrar alimento. Em consequência, não dormem por longas horas diariamente, como os humanos. Para descansar, tiram cochilos em série, distribuídos pelo dia.

Nos períodos de escuridão, os animais não chegam a hibernar, mas baixam consideravelmente os seus gastos metabólicos. Ou seja, ficam bem menos ativos, como que economizando energia por vários meses.

"A vida desses animais seria muito difícil no Ártico se eles tivessem um relógio interno diário forte", diz Andrew Loudon, zoólogo da Universidade de Manchester e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista "Current Biology".

Segundo os pesquisadores, os povos humanos do Ártico só não desenvolveram a mesma característica porque chegaram à região relativamente cedo, em comparação com as renas. A evolução pode levar centenas de milhares de anos para moldar uma adaptação assim.  
(Fonte: Folha Online)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vulcões submarinos são essenciais para o clima, dizem cientistas

Ver
 imagem em tamanho grandeUma ampla rede de vulcões submarinos bombeando água rica em nutrientes para o oceano Meridional exerce um importante papel na absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono, funcionando assim como um freio para a mudança climática, segundo cientistas australianos e franceses.
Eles demonstraram pela primeira vez que os vulcões são uma importante origem do ferro que o fitoplâncton (plantas unicelulares) usa como alimento, absorvendo o CO2 nesse processo.
Os oceanos absorvem cerca de um quarto do CO2 resultante da queima humana de combustíveis fósseis e do desmatamento. O trecho de oceano entre Austrália e Antártida esta entre as maiores "fossas de carbono".

O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar do oceano. Quando esses organismos morrem ou são comidos, levam consigo grandes quantidades de carbono, que acabam absorvidas pelo leito marinho, armazenando o carbono durante séculos.

Vários estudos já mostraram que os vulcões submarinos liberam ferro, "mas nenhum estudo levou em conta isso em um nível global nem considerou sua importância para o armazenamento de carbono no oceano Meridional", disse à Reuters Andrew Bowie, do Centro de Pesquisa Cooperativa sobre o Clima e os Ecossistemas Antárticos, na Tasmânia, um dos autores do estudo.

Os vulcões estão espalhados ao longo de cordilheiras marítimas que marcam o limite entre grandes placas tectônicas. O estudo se baseou em medições de quanto ferro existe no oceano Meridional a profundidades de até 4.000 metros.

O estudo foi publicado na edição mais recente da Nature Geoscience.
O oceano Meridional em geral é pobre em ferro, o que dificulta o crescimento do microplâncton. Os cientistas já sabiam que o ferro pode ser soprado pelo vento ou ser originário de sedimentos litorâneos, mas essas são fontes variáveis.

Já o ferro dos vulcões profundos, segundo o estudo, é relativamente constante e responde por 5 a 15 por cento do armazenamento de carbono no oceano Meridional, chegando em algumas regiões a 30 por cento.

Isso significa que os nutrientes do vulcão podem servir de anteparo quando outras fontes, como a poeira trazida pelo vento, variam.

(Fonte: G1)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Secretário da ONU anuncia 'revisão' do trabalho científico sobre aquecimento

A Organização das Nações Unidas vai patrocinar uma "revisão independente" do trabalho científico do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), anunciou nesta quarta-feira (10) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O anúncio é uma tentativa de estancar as críticas ao trabalho do IPCC, por causa de erros publicados em avaliações oficiais do grupo.

"Temos de definir com clareza tanto o que sabemos quanto as incertezas. Temos de nos comunicar com transparência e debater com inteligência", disse Ban, que também assegurou que "não há provas que refutem a principal conclusão" do IPCC, a de que o homem é responsável pelo aquecimento.

O IPCC (de Intergovernmental Panel on Climate Change) foi criado em 1988. Seu objetivo é usar a literatura científica para avaliar a extensão das mudanças climáticas, e compreendê-las. Outro objetivo é avaliar o potencial da humanidade para adaptar-se às mudanças ou se contrapor a elas. Os pais do IPCC são as agências das Nações Unidas para meio ambiente (Pnuma) e para meteorologia (OMM).

Depois de publicar relatórios de avaliação em 1990, 1995 e 2001, o IPCC lançou em 2007 o documento que se tornou o (quase) consenso científico sobre aquecimento. O texto, cuja preparação envolveu mais de 1.200 cientistas independentes e 2.500 revisores, conclui que os países desenvolvidos devem cortar suas emissões de gases do efeito estufa em 40% até 2020 para segurar a alta da temperatura do planeta no limite de 2°C. Pelas contas do IPCC, é o único jeito de evitar um descontrole climático de consequências desastrosas.

Junto com o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, o pessoal do IPCC até ganhou o Nobel da Paz, já em 2007. 
 
(Fonte: G1)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vem aí a Semana Mundial da Água – 22 a 26 de março

22 a 26 DE MARÇO, SEMANA MUNDIAL DA ÁGUA.
Salto do Yucumã,
Água é o elemento essencial para o desenvolvimento e a sustentação da vida e de nossa civilização, desde os primeiros povoamentos até a nossa atual civilização estamos intimamente relacionados com a água, percebemos facilmente que nossas principais cidades estão localizadas em locais com abundancia de água, normalmente próximas a grandes rios, lagos ou mares. A água é também um elemento estratégico para a sociedade é vital para a manutenção da vida, para a produção de alimentos, abastecimento e saneamento, no Brasil é uma importante matriz energética e em muitas regiões é a principal via de transporte.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Barco de plástico alerta para lixo despejado nos oceanos

Batizado de 'Plástico', catamarã deve deixar o porto de São Francisco, nos Estados Unidos, rumo à Sidney, na Austrália, no final de março.

  
Rádio ONU    
Expedição Plastiki
Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, inspirou a criação de um catamarã de 18 metros de comprimento feito com 12,5 mil garrafas de plástico recicladas e recuperadas. O barco, batizado de 'Plástico', deve deixar o porto de São Francisco, nos Estados Unidos, rumo à Sidney, na Austrália, no final de março.
O catamarã foi elaborado com base no estudo 'Ecossistemas e Biodiversidade em Águas Profundas e Alto Mar', realizado pelo Pnuma há três anos. O relatório mostra como a pesca predatória, a poluição e outros problemas como as mudanças climáticas estão afetando o mundo marinho.
O idealizador do projeto é o ambientalista britânico David de Rothschild, que também é 'Herói do Clima' da agência da ONU. Rothschild e equipe devem percorrer mais de 11 mil milhas náuticas, o equivalente a 20 mil Km, para alertar sobre a grande quantidade de resíduos plásticos nos oceanos.
A idéia também é estimular iniciativas sobre como o lixo poder servir como fonte para soluções reais. Segundo outro estudo recente do Pnuma, o plástico é o mais perigoso tipo de lixo marinho, responsável por 80% dos resíduos coletados nos oceanos.

Fonte:
Por Daniela Traldi - 
Rádio ONU, parceira da EcoAgência  

segunda-feira, 8 de março de 2010

Instituto investe em pesquisa com esgoto ecológico

O esgoto ecológico pretende reduzir a emissão de substâncias poluentes na atmosfera, solo e corpos d'água.
 
 
Inpa    

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em parceria com a empresa Ecoete Tecnologia de Preservação Ambiental, está investindo em pesquisas para o tratamento do esgoto doméstico e industrial tendo como base métodos naturais e ecologicamente corretos. O experimento do esgoto ecológico é composto por duas estações de tratamento e está implantado há três meses. Ele purifica a água oriunda de um conjunto residencial próximo ao campus V-8 do Inpa usando o solo e plantas.
Uma das estações contém três módulos que absorvem a água contaminada. Cada uma tem cerca de 4 metros quadrados. No primeiro deles, é filtrado mais de 80% dos efluentes, em curso normal; no segundo os 20% e o terceiro serve para comportar o excedente, quando o nível de água aumenta. O processo também inclui várias perfurações no solo. Os buracos, de 25 centímetros de diâmetro, atingem 3 metros de profundidade.

A terra também é afofada para aumentar sua permeabilidade sendo coberta por uma camada de seixo que facilita a aeração (processo que permite a oxidação do material orgânico, fazendo com que os microorganismos trabalhem com mais eficiência, utilizando esses nutrientes como alimento e liberando CO2). Nessas condições, a água é absorvida no solo, chegando limpa ao lençol freático.

Plantas que purificam

As plantas também têm importante função no processo de purificação da água. Os estudos são realizados com dois tipos de vegetais: Munguba (Bombacaceae e Pseudobombax) e Canarana (tipo de gramínea da região amazônica com grande potencial para consumo em esgoto). Também será verificada a capacidade da planta Matapasto (Senna obtusifolia), para a absorção de efluentes.

"Além de purificar o ambiente, a planta diminui a quantidade de água infiltrada no solo. A Canarana, por exemplo, precisa de nutrientes para crescer, então, retira esses nutrientes que vem da água pelo processo de evapotranspiração, joga água limpa em forma de vapor na atmosfera", ressalta Luiz Antonio de Oliveira, pesquisador do Inpa e um dos coordenadores do projeto.

O diferencial desse projeto, segundo Antonio Bento Neto, diretor técnico da Ecoete e também coordenador do estudo, é reduzir a quantidade de água suja no igarapé. Outro ponto que ele ressalta é o custo desse sistema, que chega a ser 40% inferior ao convencional. Outra característica é o tempo de implantação, que dura aproximadamente um mês.

O experimento recebe financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas (Pappe). Para o projeto foram destinados cerca de R$ 111 mil, dos quais R$ 66,70 mil já foram liberados.

FONTE:
Inpa/EcoAgência

domingo, 7 de março de 2010

Nove espécies ameaçam mares do Brasil

Estudo detecta 58 espécies vindas de outros oceanos; algumas delas representam risco à biodiversidade, à economia ou à saúde humana.

Divulgação PNUD    


A costa brasileira abriga pelo menos nove espécies vindas de outros oceanos e que ameaçam a biodiversidade nos mares em 12 Estados do país, aponta o primeiro levantamento desse tipo já feito no Brasil. Ao menos uma representa risco para a saúde humana, e algumas delas, incluindo três muito usadas em aquários domésticos, podem prejudicar também a economia local (afetando a pesca, por exemplo).

O Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil, concebido pelo Ministério do Meio Ambiente com apoio do PNUD, foi elaborado por pesquisadores para tentar descobrir os impactos, no litoral brasileiro, das espécies que interferem na capacidade de sobrevivência de outras ou afetam as atividades socioeconômicas ou a saúde humana.

O estudo identificou 58 espécies exóticas, ou seja, “estrangeiras”: 3 fitoplânctons, 6 zooplânctons, 6 fitobentos, 40 zoobentos e 4 peixes. Elas foram classificadas em estabelecidas (com presença significativa, mas sem apresentar impacto negativo), detectadas (com distribuição restrita, sem evidência de impacto) e invasoras (com impacto comprovado).
Em um mundo ideal, nativos e exóticos conviveriam seguindo o fluxo da cadeia alimentar. Porém, alguns invasores, trazidos por correntes marinhas e atividades econômicas como transporte marítimo ou aquicultura – produção em cativeiro de peixes, camarões, ostras e outros recursos–, acabam perturbando esse equilíbrio.

As invasoras são prejudiciais à biodiversidade porque competem com as nativas por espaço, luz ou alimento. Além disso, podem atuar como parasitas ou causar doenças em espécies localmente importantes, assim como produzir toxinas que se acumulam na cadeia alimentar, envenenando outros organismos ou apresentando risco direto à saúde humana. Todas estas características trazem perdas econômicas, devido às modificações na infraestrutura do país para combater o problema. Ao Brasil, a maior parte chegou por bioincrustação – ou seja, se prendem no casco de navios – ou pela água de lastro, usada para manter a estabilidade de embarcações.

No país, as nove espécies identificadas são as microalgas Coscinodiscus wailesii e Alexandrium tamarense, a alga marinha Caulerpa scalpelliformis, muito usada em aquários, os corais laranjas Tubastraea coccínea e Tubastraea tagusensis, também muito comuns em aquários domésticos, os mexilhões Isognomon bicolor e Myoforceps aristatus, o siri Charybdis hellerii e a ascídia (um tipo de invertebrado) Styela plicata.


Pelo menos 12 estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas) foram atingidos por alguma das espécies invasoras, com impactos que variavam de região para região.


A única em foi detectada ameaça para a saúde humana é a microalga Alexandrium tamarense, já detectada no Paraná e no Rio Grande do Sul. Esse fitoplâncton produz uma substância chamada ficotoxina, que pode contaminar moluscos e crustáceos, consumidos por humanos. Há risco de intoxicação, diarreia, náusea, vômito, amortecimento da boca e dos lábios, fraqueza, dificuldade de fala e até parada respiratória. Porém, ainda não há registro desse tipo de impacto no Brasil.


Várias delas podem prejudicar a economia. O molusco Isognomon bicolor, encontrado do Rio Grande do Norte até Santa Catarina, se incrusta em cascos de embarcações (aumentando o peso da estrutura e o gasto de combustível), em plataformas de petróleo (podendo causar corrosões e entupir tubulações) e em boias (elas ficam mais pesadas e têm maior dificuldade de flutuar).
Em outros casos, o impacto é mais localizado. O siri Charybdis hellerii, presente em Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, pode concorrer com espécies nativas e diminuir a população de crustáceos vendidos para consumo humano. A ascídia Styela plicata, encontrada na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, pode afetar a produção de alguns moluscos e, por se grudar em estruturas, aumenta os custos de limpeza. O mexilhão Myoforceps aristatus, detectado no Rio de Janeiro, em São Paulo e Santa Catarina, danifica outros moluscos, e, por isso, podem causar “grande prejuízo” para a indústria de cultivo de vieiras (um tipo de molusco).
Prevenção
Para prevenir a entrada dessas espécies no litoral brasileiro, o estudo sugere uma articulação do governo federal, através de seus vários ministérios, com empresas privadas e de capital misto – particularmente dos setores de energia, saneamento e abastecimento, navegação marítima e portuária. Isso porque essas companhias são as mais afetadas pelos invasore
Outra sugestão é fazer a instalação e manutenção permanente de um sistema de informação para diagnóstico, monitoramento e alerta precoce de introdução de espécies invasoras marinhas. Essa estrutura, recomendam os autores, deve ser acompanhada de maior controle das fronteiras.


FONTE:
Por Danielle Brant - PNUD
 
Envolverde - EcoAgência