O financiamento de projetos a longo prazo é o que mais entrava as negociações em Copenhague. Alguns países até se dispõem a liberar recursos para ações dentro de 2 ou 3 anos, algo em torno de dez bilhões de dólares - cifra muito abaixo dos 200 bilhões de dólares anuais que os países em desenvolvimento dizem ser necessário. Porém, quase ninguém está disposto a financiar a implementação de projetos até 2020, prazo considerado médio. A garantia desses recursos é considerada fundamental para o sucesso da Cop-15.
´Todos os países estão dificultando as negociações´, diz o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, vice presidente do chamado Trilho 2. Esse trilho, ou grupo de trabalho, é o responsável pela implementação dos projetos a longo prazo, definidos na Convenção do Clima, em 1992. Cabe a esse grupo de trabalho definir como serão implementadas as ações de adaptação às mudanças do clima, transferência de tecnologia, financiamento e mitigação dos efeitos.
Ainda segundo o embaixador, o mecanismo REED, um dos possíveis para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, é o que tem as negociações mais avançadas. ´Mas não pode ter êxito nos Reed´s e não definir como vai ser a transferência de tecnologia, por exemplo. Temos que fechar um pacote.´Hoje deve ser apresentado o esboço do texto que vai ser debatido pelos ministros e autoridades de Estado a partir da semana que vem.
O texto foi formatado por Figueiredo e pelo presidente do grupo de trabalho . A partir de amanhã, será analisado pelos debatedores do grupo, que tem representantes dos 192 países que assinam a Convenção do Clima da Onu. O que mais dificultou a elaboração do texto foi justamente a definição dos valores. Segundo Figueiredo, nenhum país colocou valores concretos na mesa de negociação.
Fonte: EcoAgência > Notícia
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