Estudo publicado na Science e divulgado durante a COP-10 em Nagoya mostra que, a cada semana, uma nova espécie entra na lista de animais ameaçados.
O estudo, divulgado nesta terça (26), durante a COP-10, em Nagoya, analisou os estados de 25 mil animais presentes na "lista vermelha" de espécies ameaçadas da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN). Com o levantamento, líderes mundiais poderão desenvolver um novo plano de ação global para travar o desaparecimento da vida vegetal e animal da Terra.
Múltiplos fatores têm contribuído para o desaparecimento de animais, entre eles a conversão de terra agrícola, exploração excessiva, crescimento populacional, a poluição e o impacto de espécies exóticas invasoras. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o escritor e ecologista Edward O. Wilson afirmou: "A espinha dorsal da biodiversidade está se desfazendo...um pequeno passo para cima na lista vermelha é um salto gigantesco para a extinção".
Apesar de as estratégias de conservação atuais terem falhado em reverter o declínio das espécies selvagens e ecossistemas, os autores do relatório dizem que a situação seria muito pior sem o estabelecimento de reservas naturais, programas de melhoramento e planos de proteção. Essas medidas têm ajudado a recuperar 64 espécies, incluindo várias que já foram dadas como desaparecidas na natureza, mas depois reintroduzidas, como o condor da Califórnia, o toirão (espécie de furão) nos Estados Unidos e o cavalo Przewalski na Mongólia.
Segundo os pesquisadores, o investimento a longo prazo é necessário para evitar desaparecimento dessas espécies. Os esforços de conservação para o mico-leão-dourado, por exemplo, estão em andamento há 30 anos, mas o primata ainda corre perigo. Isso acontece porque o nível atual das ações de preservação empreendidas é de longe ultrapassada pela escala da ameaça à vida selvagem do mundo.
Embora o estudo tenha se concentrado em vertebrados, ele também destaca o nível de ameaça enfrentado por outros animais silvestres, incluindo ervas marinhas, recifes de corais e um grupo de plantas de semente conhecido como cicadáceas - que incluem coníferas. Segundo o relatório, cerca de 60% dessas espécies estão em perigo.
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