Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA comparou período com 1998; Nasa e Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, confirmam dados.
Mesmo que novembro e dezembro sejam mais frios, 2010 ainda ficará como o terceiro ano mais quente da história, atrás de 1998 e 2005.
"Está muito apertado para dizer (se será ou não o ano mais quente). Com base nestes números, ficará em segundo, mas depende do calor que fizer em novembro e dezembro", disse Phil Jones, diretor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha. Segundo ele, 1998 é o ano mais quente já registrado.
Já a Nasa considera que o ano mais quente foi 2005 e que as temperaturas na superfície terrestre até outubro estavam acima da média daquele ano por uma questão de centésimos de grau Celsius.
"Eu não ficaria surpreso se a maioria ou todos os grupos concluírem que 2010 empatou como o ano mais quente", disse James Hansen, da Nasa.
O Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA, ligado à agência norte-americana para monitoramento das condições atmosféricas e oceânicas (NOAA, na sigla em inglês) afirmou que os dez primeiros meses de 2010 se equiparam a 1998 como o ano mais quente da história.
Os três institutos usam observações similares, mas de forma ligeiramente diferente. A Nasa, por exemplo, leva mais em conta as estações meteorológicas do Ártico, onde o aquecimento tem sido mais rápido.
Cientistas dizem que a tendência global de aquecimento irá gerar mais secas, inundações, ondas de calor e degelo dos polos.
Céticos argumentam, porém, que o fato de os recordes terem sido registrados em 1998 ou 2005 é um sinal de que a tendência é de estabilidade.
A maioria dos cientistas discorda disso, dizendo que, mesmo que 2010 não seja o ano mais quente, a tendência no longo prazo é de aquecimento -- a média de 2000 a 2009 é a mais alta já registrada.
Eles dizem que variações naturais, especialmente o fenômeno El Niño, explicam os recordes anteriores. O ano de 1998 teve um fenômeno El Niño -- aquecimento natural nas águas do Pacífico -- particularmente intenso.
O resultado dá ainda mais urgência para a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa na semana que vem em Cancún. Governos de todo o mundo discutirão medidas que contribuam com a meta, adotada em 2009, de limitar o aquecimento global a 2 ºC acima dos níveis pré-industriais.
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