Céticos do aquecimento estão usando a nevasca recorde para desdenhar de quem alerta para as mudanças climáticas perigosas causadas pelos seres humanos - está mais para resfriamento global, provocam.
A maioria dos climatologistas diz que as tempestades são consistentes com as previsões de que um planeta mais quente produzirá eventos extremos mais frequentes e intensos. Mas alguns cientistas dizem que as nevascas no Nordeste dos EUA não são mais prova de que o planeta está esfriando do que a falta de neve em Vancouver (Canadá) é prova de que ele está esquentando.
Para ilustrar seu ponto de vista, a família do senador republicano James Inhofe (Oklahoma), um dos principais céticos do clima no Congresso, construiu um iglu de dois metros de altura em frente ao Capitólio e pôs em seu topo um cartaz que dizia: "A nova casa de Al Gore". O extremo meteorológico, disse Inhofe, reforça as dúvidas sobre as conclusões dos cientistas de que o aquecimento é "inequívoco".
Bobagem, replica Joseph Romm, especialista em mudança climática que escreve sobre o assunto para a ONG liberal Center for American Progress. "Os ideólogos no Senado ficam forçando informações anticientíficas de que grandes nevascas são evidências contra o aquecimento", escreveu Romm na última quarta-feira.
A guerra em torno das nevascas está acontecendo na esteira de uma série de controvérsias climáticas: nos últimos meses, críticos da ideia do aquecimento global atacaram o relatório de 2007 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) e afirmaram que e-mails roubados de um centro de climatologia na Inglaterra levantam dúvidas sobre a integridade acadêmica de alguns cientistas do clima.
Mas os climatologistas dizem que nenhum episódio meteorológico extremo pode ser atribuído a tendências climáticas globais - embora digam que tais eventos ficarão mais frequentes à medida que as temperaturas globais sobem e que o ar carrega mais umidade.
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