Muitas pessoas acreditam que é possível proteger as florestas reduzindo a população das áreas rurais e incentivando os moradores a não desmatarem.
Porém, segundo a equipe de pesquisadores comandada por Ruth DeFries, da Universidade de Columbia, a urbanização é a maior responsável pelo desmatamento, ao provocar uma elevação do nível de vida marcada por um consumo maior de produtos agrícolas, sobretudo de origem animal.
"Nas próximas décadas, quase todo o crescimento demográfico se dará nas cidades, e não no campo, o que vai impulsionar a demanda de utilização das paisagens rurais para a produção agrícola comercial", destacaram os autores do estudo.
Os cientistas compararam indicadores econômicos e demográficos de 41 países da América Latina e da Ásia com dados sobre o desmatamento colhidos por satélites entre 2000 e 2005.
Eles constataram que o recuo das florestas é maior nos lugares onde a urbanização cresce rapidamente e o comércio dos produtos agrícolas por habitante é alto.
As exportações agrícolas também impulsionam a demanda em terras cultiváveis, frequentemente retiradas da floresta.
Ao contrário, não existe uma relação significativa entre crescimento da população rural, associado a um aumento local da demanda, e desmatamento.
Assim, as políticas atuais de combate ao desmatamento "não vão responder à principal causa do desmatamento", advertiram os pesquisadores.
A advertência foi emitida num momento em que os países ricos prometeram na Cúpula do Clima em Copenhague doar 10 bilhões de dólares em três anos aos países emergentes para combater o aquecimento global.
Grande parte desta verba deve ir para a proteção das florestas tropicais, importantes fontes de carbono cuja destruição acelera o aquecimento global.
Uma solução para proteger as florestas pode ser melhorar o rendimento das superfícies já desmatadas, sugeriram os autores do estudo.
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