Parques na Escócia – será o mesmo planeta?
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Bioglobalização de pragas: espécies invasoras
As mudanças nos padrões de alimentação da sociedade moderna vêm
contribuindo para a chamada “invasão biológica” ou seja, o surgimento de
organismos em áreas onde não ocorriam. Define-se como invasão biológica
ou organismos invasores quaisquer microrganismos (invertebrados),
plantas e animais (vertebrados), introduzidos intencionalmente ou não,
em novos habitats, causando danos econômicos, sociais e ambientais tanto
nos diferentes ecossistemas como no setor sócio econômico de uma
região. O termo “espécies invasoras exóticas” é, também, sinônimo de
organismos invasores.
Na agricultura, a fome que assolou a Irlanda, em 1840, provocada pelo
fungo, Phytophtora infestans, que ataca a batata. Além dos prejuízos
causados aos agricultores da época, o maior agravante foi à perda de
vidas humanas pela fome com estimativas de um milhão de pessoas. Outras
(cerca de um milhão e meio) deixaram a Irlanda principalmente com
destino à América do Norte, as quais também padeceram pela introdução do
fungo naquela região. Outras espécies como as moscas das frutas,
pulgões, cancro cítrico, foram, igualmente, responsáveis por grandes
prejuízos em áreas agrícolas, citando alguns exemplos.
Planta terrestre
Maria Regina Vilarinho de Oliveira
Pesquisadora, Doutora
e-mail: vilarinho@cenargen.embrapa.br
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
sábado, 23 de junho de 2012
Confira o que ficou decidido na Rio+20
Texto final foi muito criticado por "falta de ambição" em promover medidas para o desenvolvimento sustentável.
Presidente Dilma afirma que esse é só o começo
Brasil - O que estava sendo negociado
CBDR – sigla em
inglês para Responsabilidades Comuns Mas Diferenciadas, princípio que
norteia as negociações de desenvolvimento sustentável. O princípio
oficializa que se espera dos países ricos maior empenho financeiro para
implementação de ações, pelo fato de virem degradando o ambiente há mais
tempo e de forma mais intensa.
Como ficou o texto final
Havia rumores de que os países ricos queriam tirar esse princípio do texto, mas ele permaneceu.
O que estava sendo negociado
Fortalecimento
do Pnuma – cogitava-se transformar o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente em uma instituição com status de agência da ONU, como é a
FAO (de Alimentação).
Como ficou o texto final
O texto
prevê fortalecimento do Pnuma, mas não especifica exatamente como. O
assunto deve ser resolvido na Assembleia Geral da ONU em setembro.
O que estava sendo negociado
Oceanos
– Era uma das áreas em que se esperava mais avanço nas negociações,
porque as águas internacionais carecem de regulamentação entre os
países.
Como ficou o texto final
A negociação avançou e o
texto adota um novo instrumento internacional sob a Convenção da ONU
sobre os Direitos do Mar (Unclos), para uso sustentável da
biodiversidade e conservação em alto mar.
O que estava sendo negociado
Meios de Implementação –
questão-chave para os países com menos recursos, significa na prática o
dinheiro para ações de desenvolvimento sustentável. Os países pobres
propuseram a criação de um fundo de US$ 30 bilhões/ano a ser financiado
pelos ricos.
Como ficou o texto final
Avançou pouco. O
fundo de US$ 30 bilhões não virou realidade. “A crise influenciou a
Rio+20”, admitiu o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago.
O que estava sendo negociado
ODS
– Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, metas a serem
perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente,
eram uma das grandes cartadas para a Rio+20.
Como ficou o texto final
Os objetivos não foram definidos. Inicia-se apenas um processo para
rascunhar quais devem ser as metas até 2013. Elas então devem ser
definidas para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os Objetivos
do Milênio.
Os 188 países participantes da Conferência da ONU
sobre Desenvolvimento Sustentável adotaram oficialmente o documento
intitulado "O futuro que queremos", nesta sexta-feira (22).
O
propósito da Rio+20 era formular um plano para que a humanidade se
desenvolvesse de modo a garantir vida digna a todas as pessoas,
administrando os recursos naturais para que as gerações futuras não
fossem prejudicadas.
Uma das expectativas era de que a reunião
conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em
diferentes áreas, mas isso não foi atingido. O documento apenas cita que
eles devem ser criados para adoção a partir de 2015.
Em relação
ao rascunho aprovado pelos diplomatas no início da semana, o documento
adotado em definitivo pelos líderes, nesta sexta-feira (22), teve apenas
mudanças de formatação, não de conteúdo. Foi mantido, inclusive, o
trecho "com total participação da sociedade civil", que ONGs haviam
pedido para ser retirado porque consideram que foram excluídas do
processo de construção do documento.
O documento prevê, entre
outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o
desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar
um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades
comuns, porém diferenciadas”.
Este princípio significa que os
países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por
terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.
Outra
medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico
dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na
sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso
sustentável dos oceanos.
Pobreza
O texto estabelece a
erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e
recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e
organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia
para os países em desenvolvimento.
Esse sistema atuaria para
facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros,
ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento
sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar
sobre metodologias para avaliar essas políticas.
Por atender
restrições de países com visões muito diferentes, o texto da Rio+20 tem
sido criticado por avançar pouco: não especifica quais são os objetivos
de desenvolvimento sustentável que o mundo deve perseguir, nem quanto
deve ser investido para alcançá-los, e muito menos quem coloca a mão no
bolso para financiar ações de sustentabilidade. O que o documento propõe
são planos para que esses objetivos sejam definidos num futuro próximo
(veja abaixo um quadro com o que foi negociado).
Críticas
O
texto da Rio+20 recebeu críticas das próprias delegações que
participaram da conferência e de organizações não-governamentais. Os
negociadores da União Europeia classificaram a redação de “pouco
ambiciosa” e disseram que faltam “ações concretas” de implementação das
ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Por sua vez, antes
mesmo da ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade
civil assinaram uma carta endereçada aos governantes intitulada “A
Rio+20 que não queremos”, na qual classificam o texto da conferência de
“fraco”.
“O documento intitulado 'O futuro que queremos' é fraco e
está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos
20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância e da
urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e
genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados
concretos”, afirma o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e
representantes de organizações não-governamentais.
A carta diz
ainda que a Rio+20 passará para a história como uma conferência das
Nações Unidas que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por
“graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de
recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e
futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.”
O documento
termina dizendo que a sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20.
“Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de
Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os
negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem
subscreve esse documento”, conclui a carta.
Fonte: G1
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