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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fêmea ancestral de todos os ursos polares viveu na Irlanda, diz estudo

Cientistas descobriram que a fêmea ancestral de todos os ursos polares era marrom e viveu no que hoje é a Grã-Bretanha e a Irlanda durante a última era do gelo, entre 20 mil e 50 mil anos atrás.


As mudanças climáticas afetaram o manto de gelo do Atlântico Norte e provavelmente deram origem a sobreposições temporárias nos habitats dos ursos. Essas sobreposições levaram ao cruzamento entre as espécies diferentes, introduzindo o DNA materno dos ursos pardos nos ursos polares, de acordo com um estudo desenvolvido por pesquisadores britânicos e norte-americanos.


Os achados, publicados online na revista “Current Biology”, devem ajudar a direcionar os esforços para a conservação dos ursos polares, que estão na lista das espécies ameaçadas de extinção.

Os ursos polares e os pardos são espécies muito diferentes entre si no que diz respeito ao tamanho do corpo, pele e coloração, tipo de pelo, estrutura dentária e várias outras características físicas, explicaram os pesquisadores.


Em termos de comportamento, eles também são bem distintos. Os ursos polares nadam muito bem e estão adaptados ao estilo de vida do Ártico. Os ursos pardos, por sua vez, são escaladores e preferem as florestas montanhosas e os vales dos rios da Europa, da Ásia e daAmérica do Norte.


Fixação – “Apesar dessas diferenças, sabemos que as duas espécies se cruzaram e provavelmente em muitas ocasiões durante os últimos 100 mil anos”, disse Beth Shapiro, da Penn State University, que liderou o estudo.


“Uma pesquisa anterior havia indicado que o urso pardo contribuiu com material genético à linhagem mitocondrial do urso polar – a parte materna do genoma, ou o DNA que é transmitido exclusivamente pelas mães aos filhotes”.


“Mas, até agora, não estava claro quando os ursos polares modernos adquiriram o genoma mitocondrial em sua forma presente”.


A equipe de Shapiro fez a análise genética de 242 ursos pardos e das linhagens mitocondriais dos ursos polares, estendendo-se pelos últimos 120 mil anos e por várias faixas geográficas.


Segundo suas descobertas, o DNA da mitocôndria do urso polar moderno provavelmente passou por uma fixação – uma redução drástica na variação genética e uma transição para o estado no qual uma piscina genética inteira inclui apenas a forma de um gene em particular.


Essa fixação provavelmente ocorreu durante ou pouco antes do pico da última era do gelo, afirmaram eles, possivelmente há até 50 mil anos, perto do que hoje é a Irlanda.


“A coisa estranha é que, embora os ursos polares e os ursos pardos estejam por aí há muito tempo e sejam marcadamente diferentes, esses genes do urso pardo irlandês passaram para os ursos polares muito rapidamente”, disse Mark Thomas, do departamento de Genética, Evolução e Ambiente da University College de Londres.


“Isso mostra que a ancestralidade e as origens não são tão simples como poderíamos pensar”. 

(Fonte: G1)

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